A chegada de imigrantes ilegais na Itália, a maioria procedente da Líbia, diminuiu em mais de 70% de julho a outubro, em comparação com o mesmo período de 2016, informou a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Segundo o mais recente relatório da entidade, cerca de 150.000 imigrantes chegaram à Europa pelo Mar Mediterrâneo entre janeiro e outubro deste ano e 2.826 morreram ou desapareceram no mar.
As chegadas à Espanha, ao contrário, triplicaram, com mais de 14.000 este ano contra 5.445 no mesmo período de 2016.
A diminuição na Itália foi no total de 30% durante os primeiros dez meses do ano: 111.000 contra os quase 160.000 no ano passado.
Até o final de junho, o número de chegadas tinha aumentado em quase 20%, mas a tendência se reverteu radicalmente desde meados de julho, devido ao acordo controverso entre Itália e as autoridades, as tribos e aparentemente as milícias da Líbia.
O acordo, promovido pelo ministro do Interior, Marco Minniti, e apoiado por quase todo o Parlamento, foi criticado por várias organizações humanitárias, entre elas a Emergency, que acusa a Itália de financiar a criação na Líbia de campos de detenção arbitrária de estrangeiros, onde migrantes africanos são vítimas de torturas e abusos.
Em meados de outubro, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) anunciou a descoberta de mais de 14.000 migrantes detidos por traficantes em Sabratha e seus arredores, no oeste da Líbia.
Trancados em fazendas e galpões, descreveram "os sofrimentos e os abusos" aos quais têm sido submetidos, denunciou a Acnur.
A pouca atividade no Mediterrâneo e a presença da guarda costeira líbia no resgate de migrantes ainda em águas internacionais, forçaram várias ONGs a suspender suas operações.