O senador americano do Partido Democrata Al Franken teve que se desculpar com uma apresentadora de rádio que o acusou de tocá-la e beijá-la sem seu consentimento em 2006.
Franken, que chegou ao Senado em 2009, pediu desculpas em um comunicado à comentarista esportiva e ex-modelo Leeann Tweeden, que afirmou que o incidente ocorreu quando ambos realizavam uma viagem para entreter soldados americanos no Afeganistão.
Tweeden disse que Franken, então um importante comediante, escritor e apresentador de rádio que ficou famoso no programa satírico da televisão americana Saturday Night Live, escreveu uma cena na qual pretendia beijá-la no palco, na frente dos soldados.
Durante os ensaios, Franken "veio até mim, colocou suas mãos atrás da minha cabeça, apertou seus lábios contra os meus e agressivamente meteu sua língua na minha boca", disse Tweeden.
A acusação é a última de uma série de denúncias públicas de assédio sexual contra importantes figuras do entretenimento, da imprensa e política americana, depois que o magnata de Hollywood Harvey Weinstein foi assinalado por décadas de abuso sexual por mais de 100 mulheres.
Tweeden afirmou que ninguém foi testemunha do incidente e que imediatamente depois empurrou Franken e lavou sua boca, sentindo-se "enojada e violada".
Leeann Tweeden explicou que enquanto dormia com um jaleco de proteção e um capacete colocados no avião militar que os levou de volta aos Estados Unidos, Franken fez uma foto sua na qual aparenta estar com a mão em seus seios, recordou a ex-modelo. Só soube da imagem quando voltou ao seu país e recebeu as fotos da viagem.
"Me senti novamente violada. Envergonhada. Apequenada. Humilhada", escreveu no site da rádio KABC de Los Angeles, onde comanda um programa. "Como alguém pode agarrar meus seios dessa maneira e pensar que é engraçado?", se questionou.
Franken, reeleito em 2014, respondeu as acusações em comunicado.
"Certamente não relembro do ensaio da cena da mesma maneira, mas envio minhas mais sinceras desculpas a Leeann", declarou.
"Sobre a foto, claramente a intenção era ser engraçada, mas não foi. Eu não deveria ser feito", acrescentou.
Mitch McConnell e Chuck Schumer, líder da maioria republicana e chefe da bancada democrata no Senado, respectivamente, se uniram para pedir à Comissão Legal de Ética para investigar o caso, destacando que "o assédio sexual nunca é aceitável e não pode ser tolerado".