A Argentina declarou na noite desta sexta-feira( 17) o estado de "busca e resgate" do submarino com 44 tripulantes que não mantém contato desde a quarta-feira (15), quando navegava pelo Atlântico, informou a Marinha de Guerra.
"Foi declarado o estado SAR - search and rescue - de busca e resgate em nível nacional", informou o porta-voz da Marinha Enrique Balbi. "Todos os navios na zona devem estar atentos a qualquer avistamento ou comunicação VHS".
Segundo a convenção da Organização Marítima Internacional, o nível SAR estabelece "a cooperação entre organizações de busca e salvamento".
A Argentina "recebeu ofertas de ajuda de Brasil, Chile, Uruguai, Peru, Estados Unidos, Grã-Bretanha e África do Sul", revelou Balbi.
O submarino 'ARA San Juan', cujo porto habitual é a Base Naval do Mar del Plata", era intensamente procurado nesta sexta-feira, após perder contato há 48 horas enquanto navegava no Atlântico a partir de Ushuaia.
O ministro da Defesa, Oscar Aguad, voltou imediatamente do Canadá, onde assistia a uma reunião da ONU, e instalou seu gabinete na base naval de Mar del Plata.
A Armada assinalou em nota que "estão realizando as operações para retomar as comunicações com o submarino".
A última comunicação foi feita na manhã de quarta-feira, e na quinta-feira à tarde começou a ser executado um protocolo internacional, dando início a uma operação de busca.
"Aeronaves e navios da Armada estão na zona da última posição conhecida", acrescentou.
A Marinha assinalou que "realiza operações para retomar as comunicações com o submarino". Todas as estações no litoral atlântico argentino estão em alerta para possíveis frequências de transmissão do submarino, que deveria informar sua posição a cada 28 horas.
A última comunicação do submarino ocorreu às 07H30 local de quarta-feira, com posição estimada "430 km do ponto mais próximo da costa a sudeste da Península de Valdés", um pouco além do limite das 200 milhas.
A Armada negou uma versão da imprensa de um suposto incêndio no submarino, enquanto trabalha com a hipótese de um problema nas comunicações.
"Pode-se associar um problema de baterias por falta de alimentação elétrica", sustentou Balbi, explicando que quando o submarino detecta a falta de contato com o exterior este deve ir à superfície, segundo o protocolo.
"Até o momento não foi ativada a baliza de radiolocalização", declarou Balbi sobre o dispositivo de emergência.
O "ARA San Juan" é um dos três submarinos da Marinha argentina, que o incorporou em 1985. Trata-se de um tipo TR-1700, construído no estaleiro Thyssen Nordseewerke de Edemen, na Alemanha, e colocado na água em 20 de junho de 1983.
A bordo do submarino viaja Eliana Krawczyk, de 35 anos, "a primeira oficial submarinista da história da Armada Argentina e chefe de Armas", disse orgulhoso seu pai, Eduardo, em declarações ao canal Todo Noticias.
"Rezemos todos para que não tenha acontecido nada com nenhum tripulante. No mar são todos irmãos, o submarino tem mais riscos que um barco", afirmou o homem, que soube do desaparecimento do submarino pela mídia.