O único acelerador de partículas do mundo dedicado à arte foi reinaugurado nesta quinta-feira (23) em Paris, após uma renovação, com o objetivo de ajudar os especialistas a analisarem obras antigas.
O Acelerador Grande Louvre de Análise Elementar (Aglae), de 27 metros de comprimento, permite determinar a composição química de um objeto de arte sem ter que extrair nenhuma amostra.
Concebido em 1988 pelo Centro de Pesquisa e Restauração de Museus da França (C2RMF), o acelerador foi desmontado no ano passado para ser renovado, com um orçamento de 2,1 milhões de euros ao longo de sete anos e financiado pelo Estado e a prefeitura de Paris.
Sua emissão de raios X, gama e de luz permite detectar todos os elementos químicos nas camadas superficiais de uma obra de arte.
Ao mesmo tempo, após sua renovação, o acelerador dispõe de um multidetector muito mais sensível que antes, reduzindo as doses de radiações e permitindo analisar materiais sensíveis como as camadas pictóricas, sem risco de danificá-las.
"Até agora, quase nunca analisávamos as pinturas, visto que tínhamos medo de provocar uma mudança de cor com os raios. Mas agora sim vamos utilizar o acelerador", declarou Isabelle Pallot-Frossard, diretora do C2RMF.
Por enquanto, as primeira obras estudadas pelo novo Aglae são pequenas estátuas de bronze que representam deuses romanos, descobertas em 1969 na França, perto da fronteira com a Bélgica.