Filha transgênero de líder homofóbica no Chile anuncia mudança de sexo

A jovem transgênero mudará de nome e sexo no registro civil
AFP
Publicado em 28/11/2017 às 14:46
A jovem transgênero mudará de nome e sexo no registro civil Foto: Foto: Sergei Supinsky/AFP


A filha transgênero da promotora de uma campanha homofóbica no Chile anunciou nesta terça-feira (28) que mudará de sexo em seu registro civil, um dia depois que sua mãe acusou o Movimento de Libertação Homossexual (Movilh) de ser imoral por divulgar o caso.

A jovem transgênero de 19 anos, que vai realizar o processo de mudança de nome e sexo no registro civil, declarou que decidiu divulgar a sua decisão "para apoiar aqueles que estão passando por uma situação como esta".

"É possível seguir adiante apesar das circunstâncias", afirmou Carla Gonzalez Aranda, filha de Marcela Aranda, uma ativista que liderou em julho uma caravana do movimento ultra-católico espanhol Hazte Oír, que percorreu o país em campanha contra a homossexualidade e a identidade de gênero.

A jovem transgênero disse em uma coletiva de imprensa ao lado do presidente do Movilh, Rolando Jiménez, que a chegada do auto-intitulado "Ônibus da Liberdades" ao Chile não teve relação com seu processo.

Carla afirmou que não tem contato com sua família há três anos e que se sentiu "discriminada" pelo movimento liderado por sua mãe.

Na segunda-feira, Marcela Aranda declarou que continuará amando seu "filho", enquanto denunciou a animosidade do Movilh no caso.

"O uso de sua pessoa, imagem e intimidade é uma estratégia cruel e imoral para atingir seus objetivos. Não se importam de expor e prejudicar a vida do meu filho", afirmou. 

A chegada do ônibus homofóbico provocou a rejeição do governo da socialista Michelle Bachelet, que, contudo, não pode negar o direito do veículo circular.

A resposta do Movilh foi levar às ruas um "ônibus da diversidade".

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