O ex-oficial do Exército croata Slobodan Praljak, 72 anos, morreu após ingerir veneno na sala de audiências do Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII), em Haia, um drama inédito para a polícia holandesa.
O gesto desesperado do réu "ilustra a profunda injustiça moral" cometida pelo tribunal de Haia, considerou o primeiro-ministro croata, Andrej Plenkovic.
Ele expressou suas "sinceras condolências" à família de Praljak.
Quando o tribunal se dispunha a emitir sua última sentença antes do encerramento de suas atividades em dezembro, o réu gritou "Praljak não é um criminoso".
"Rejeito seu veredicto", declarou ele ao tribunal, que confirmou sua sentença de 20 anos de prisão. Em seguida, o réu sacou um frasco do bolso, tragando seu conteúdo diante das câmeras. Segundo seu advogado, ele "bebeu veneno".
Funcionários do tribunal correram para atender Praljak, e o presidente da corte, Carmel Agius, ordenou a suspensão da audiência. Minutos depois, chegava uma ambulância, e um helicóptero sobrevoava a área. Vários socorristas entraram no tribunal.
Slobodan Praljak não resistiu e morreu em um hospital de Haia.
Sua morte foi anunciada por vários meios de comunicação croatas, incluindo o canal privado N1, e pelos principais jornais do país, Jutarnji List e Vecernji List, antes de ser confirmado pela agência oficial de notícias Hina, que cita uma fonte próxima ao acusado.
A sala de audiência onde aconteceu o incidente foi declarada "cena de crime" e "uma investigação foi aberta pela polícia holandesa", segundo anunciou o juiz presidente Carmel Agius antes de retomar o julgamento na parte da tarde, em outra sala do TPII.