Morre na Venezuela manifestante baleado durante protestos em 2017

O homem, que desde então se encontrava no hospital, não conseguiu se recuperar
AFP
Publicado em 13/02/2018 às 14:58
O homem, que desde então se encontrava no hospital, não conseguiu se recuperar. Foto: Foto: FEDERICO PARRA / AFP


Um homem de 28 anos ferido por um tiro na cabeça durante os protestos do ano passado na Venezuela contra o presidente Nicolás Maduro faleceu na madrugada desta terça-feira (13) após sete meses de hospitalização, denunciou uma ONG.

"Lamentamos informar que nesta madrugada morreu o jovem ANYELO QUINTERO, (...) gravemente ferido em 28 de junho de 2017 durante os protestos em Ejido", estado de Mérida (oeste), publicou no Twitter a Associação Civil para Promoção, Educação e Defesa dos Direitos Humanos (Promedehum).

O homem, que desde então se encontrava no hospital, não conseguiu se recuperar.

Ao menos 125 pessoas faleceram entre abril e julho do ano passado em manifestações na Venezuela que exigiam a saída do poder de Maduro e que desembocaram em graves episódios de violência.

O governo e a oposição, que acusou militares e policiais de uma "repressão selvagem", assumiram a responsabilidade pelos tumultos.

Violações aos direitos humanos

Em um relatório sobre a Venezuela apresentado na segunda-feira em Washington, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) expressou sua "profunda preocupação" pelo que chamou de "resposta repressiva, arbitrária e contrária aos direitos humanos" do Estado a essa onda de manifestações. 

O governo de Maduro, de acordo com a própria CIDH, rejeitou o documento por considerá-lo "claramente tendencioso".

O texto denuncia uma deterioração "alarmante" da institucionalidade democrática e do respeito aos direitos humanos no país caribenho.

Maduro aspira a ser reeleito nas eleições presidenciais de 22 de abril, convocadas após o fracasso de uma negociação entre governo e oposição para acordar sobre as condições do processo. 

As eleições, tradicionalmente realizadas em dezembro, foram adiantadas por decisão da Assembleia Constituinte promovida por Maduro em resposta aos protestos de 2017 e que rege o país como um poder absoluto.

A oposição ainda não decidiu se irá participar.

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