O conflito sírio teve início em 15 de março de 2011, com protestos pacíficos que foram reprimidos com violência e não tardaram em se transformar em uma insurreição contra o regime do presidente Bashar al-Assad.
Com o passar do tempo, o conflito se tornou cada vez mais complexo, com o envolvimento de extremistas islâmicos e a intervenção de potências regionais e internacionais.
Em sete anos, a guerra fez mais de 350.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados.
Em 15 de março de 2011, em Damasco, manifestações por "uma Síria sem tirania". Violenta repressão dos protestos na capital e em Deraa, berço da rebelião no sul do país. O regime denuncia uma "rebelião armada de grupos salafistas".
Em 23 de março, a repressão em Deraa deixa pelo menos 100 mortos, segundo testemunhas e ativistas de direitos humanos. Os protestos haviam começado com a prisão de estudantes suspeitos de terem feito pichações.
Em abril, a contestação se estende e se radicaliza, com apelos à queda do regime de Bashar al-Assad, cuja família governa o país com mão de ferro há 40 anos.
Em julho, um coronel refugiado na Turquia cria o Exército Sírio Livre (ESL), integrado principalmente por civis e desertores. Grupos de tendência islamita aderam à rebelião.
Em 1º de março de 2012, o exército toma o bairro de Baba Amr, reduto da rebelião em Homs (centro), após um mês de conflitos e bombardeios, com centenas de mortos, segundo organizações não governamentais.
Em 17 de julho, o ESL lança a batalha de Damasco. O governo mantém o controle da capital, mas algumas periferias passam ao controle rebelde.
Em agosto, entram em ação as armas pesadas, entre elas aviões bombardeiros.
E a partir de 2013, helicópteros e aviões do regime passam a lançar de forma regular barris de explosivos contra os bairros rebeldes no país.
Em 14 de fevereiro, os Guardiões da Revolução, força de elite do regime iraniano, anunciam a morte de um de seus comandantes pelos rebeldes sírios. O chefe dos Guardiões já havia admitido em setembro que tinha enviado "assessores" militares à Síria
Em abril de 2013, o chefe do Hezbollah libanês, aliado do Irã, reconhece o envolvimento de seus combatentes ao lado do regime. O Irã xiita é o principal aliado do regime de Assad.
Em 21 de agosto, o regime lança ofensivas contra duas zonas controladas pelos rebeldes perto de Damasco. A oposição e os países ocidentais acusam o regime de ter feito centenas de vítimas com gases tóxicos.
Os Estados Unidos evocam um número de ao menos 1.429 mortos, incluindo 426 crianças.
Em setembro, um acordo entre Rússia e Estados Unidos para desmantelar o arsenal químico sírio antes de meados de 2014 freia um iminente bombardeio norte-americano em resposta aos ataques com gases tóxicos.
Em abril de 2017, um ataque com gás sarin (mais de 80 mortos) na cidade rebelde de Khan Sheikhun (noroeste) leva Donald Trump a ordenar o ataque a uma base aérea do regime sírio.
Em 2014, o grupo extremista Estado Islâmico (EI) assume o controle de vastas regiões no norte do país, eclipsando a rebelião. Raqa se torna seu reduto.
Em setembro, uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos lança ls primeiros bombardeios aéreos contra o EI na Síria.
Em outubro de 2017, as Forças Democráticas Sírias (FDS), uma aliança curdo-árabe apoiada pela coalizão, recupera Raqa após meses de luta.
O EI perdeu a maioria dos territórios que um dia chegou a controlar.
Em 30 de setembro de 2015, a Rússia inicia uma campanha de ataques aéreos, afirmando visar grupos "terroristas", incluindo o EI.
Mas os rebeldes e o Ocidente acusam Moscou de atacar os grupos rebeldes, principalmente moderados.
Estas ataques ajudam o regime, então em grande dificuldades, a recuperar terreno.
O apoio decisivo da Rússia permitiu o regime recuperar totalmente Aleppo (norte) em dezembro de 2016.
Em janeiro de 2017, a Rússia organiza com o Irã e a Turquia - que apoiam os rebeldes - discussões de paz em Astana (Cazaquistão), sem o envolvimento de Washington, entre representantes do regime e grupos rebeldes.
Em 20 de janeiro de 2018, a Turquia lança junto com rebeldes sírios uma ofensiva contra o enclave de Afrin (noroeste) com o objetivo de expulsar a milícia curda das Unidades de Proteção do Povo (YPG), espinha dorsal das FDS.
Ancara, que teme a formação de um Estado curdo em sua fronteira, considera estas milícias como a facção síria do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que conduz uma rebelião no sudeste da Turquia há mais de 30 anos.
Em 18 de fevereiro, o regime lança uma ofensiva aérea, seguida de uma terrestre, de intensidade sem precedentes contra o enclave rebelde de Ghuta Oriental.
A campanha, destinada a retomar a totalidade deste último reduto rebelde nos arredores de Damasco, deixou mais de 1.100 mortos.