A SpaceX adiou nesta segunda-feira (16) o lançamento do poderoso satélite da Nasa, cuja missão é encontrar planetas para verificar os sistemas de navegação de seu foguete Falcon 9, no qual o aparelho viajará. O foguete da companhia sediada na Califórnia terá uma nova janela de lançamento na quarta-feira.
O satélite de investigação Transiting Exoplanet, ou TESS, se encontra "em excelente estado e continua pronto para seu lançamento", informou a SpaceX no Twitter. "Os equipamentos de lançamento estão sendo retirados hoje para uma revisão adicional do sistema de navegação e análise de controle", prosseguiu.
O adiamento foi anunciado duas horas antes do lançamento, previsto de uma plataforma de lançamento da Nasa em Cabo Cañaveral, Flórida.
Com um custo total de 337 milhões de dólares, o artefato espacial - do tamanho de uma máquina de lavar - foi projetado para procurar sinais de atenuação periódica da luz nas estrelas mais próximas e mais brilhantes. Esses sinais, conhecidos como "trânsitos", podem significar que há planetas em órbita ao redor delas.
A expectativa é que o TESS revele cerca de 20.000 planetas além do nosso sistema solar, conhecidos como exoplanetas, indicou a Nasa.
Suas descobertas serão estudadas em profundidade por telescópios terrestres e espaciais em busca de sinais de habitabilidade, como terrenos rochosos, tamanho semelhante ao da Terra e uma distância do Sol que permita uma temperatura compatível com a água líquida.
A Nasa também prevê que o satélite pode encontrar mais de 50 planetas do tamanho da Terra e até 500 planetas com menos de duas vezes o tamanho da Terra.
O TESS irá explorar muito mais espaço cósmico do que o seu antecessor, o Telescópio Espacial Kepler, que foi lançado em 2009 e que abrangeu 85% dos céus.
"O TESS está equipado com quatro câmeras muito sensíveis que poderão monitorar praticamente todo o céu", declarou George Ricker, chefe de pesquisa do TESS no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). "Isso é aproximadamente 20 vezes mais do que a missão Kepler era capaz de detectar".
Kepler, a primeira missão de caça a planetas deste tipo, "foi lançada para responder a uma única pergunta: É comum um planeta como a Terra em torno de uma estrela como o Sol?", explicou Patricia Boyd, diretora do programa de pesquisadores convidados do TESS no Goddard Spaceflight Center da Nasa.
"Ele foi projetado para observar 150.000 estrelas em um campo de visão razoavelmente amplo, sem piscar, por quatro anos", disse a repórteres na véspera do lançamento.
"Uma das muitas coisas surpreendentes que Kepler nos informou é que os planetas estão em toda parte e existem todos os tipos de planetas".
"TESS é o próximo passo. Se houver planetas por toda parte, então é hora de encontrarmos os planetas que estão mais próximos de nós, orbitando estrelas próximas brilhantes, porque estes seriam a base do sistema".
TESS e Kepler usam o mesmo sistema de detecção de trânsitos planetários, isto é, sombras projetadas quando passam em frente à sua estrela.
Enquanto Kepler confirmou cerca de 2.300 exoplanetas e milhares de outros candidatos potenciais, muitos estavam distantes demais e pouco iluminados para continuar estudando.
Com o satélite Kepler quase sem combustível e atingindo o final de sua vida útil, TESS pretende assumir a tarefa na busca focando mais de perto os planetas a dezenas ou centenas de anos-luz de distância.
"TESS vai aumentar radicalmente o número de planetas que temos para estudar", disse Ricker. "O número vai duplicar em relação ao visto e detectado pelo Kepler".
Espera-se que os primeiros dados do TESS sejam divulgados em julho. A Nasa argumenta que os cidadãos astrônomos podem ajudar a estudar os planetas em busca de sinais de possível habitabilidade.