O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou nesta terça-feira (17) que já ocorreram contatos de alto nível com a Coreia do Norte, preparando o cenário para a cúpula bilateral.
Segundo o Washington Post, o diretor da CIA Mike Pompeo viajou em segredo a Pyongyang após o primeiro final de semana de abril para se reunir com o líder norte-coreano, Kim Jong Un.
Trump assinalou que os Estados Unidos já mantiveram conversações diretas de "muito alto nível" com Pyongyang e disse que sua reunião com Kim será a oportunidade de "solucionar um problema mundial".
Sobre sua reunião com Kim, prevista para "princípio de junho ou antes", Trump revelou que avalia cinco locais, "assumindo que as coisas vão bem", e citou China, Coreia do Norte, Coreia do Sul ou Panmunjom, na zona desmilitarizada entre as duas Coreias.
"Nos respeitam e nós os respeitamos. Chegou a hora de conversar, de resolver os problemas. Há uma possibilidade real de resolver um problema mundial. Não é apenas um problema de Estados Unidos, Japão e outro país, é um problema de todo o mundo".
Sobre a possibilidade de a reunião ocorrer nos Estados Unidos, Trump disse simplesmente "não".
A Casa Branca destacou que não ocorreu qualquer contato direto entre Trump e Kim Jong Un.
O presidente, que se encontra com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, em seu resort de Mar-a-Lago, na Flórida, recordou que "a Coreia do Sul está se reunindo e tem planos para se reunir para ver se pode acabar com a guerra, e tem minha benção nisto".
"As pessoas não se dão conta que a Guerra da Coreia não terminou. Está acontecendo agora mesmo e eles estão discutindo para acabar com isto".
As declarações de Trump indicam que as conversações entre Coreia do Norte e Coreia do Sul previstas para 27 de abril poderão abordar o tema de um possível tratado de paz, que seria um importante substitutivo ao armistício firmado em 1953.
O Comando das Nações Unidas, dirigido por Estados Unidos, China e Coreia do Norte, é signatário do acordo de meio século, mas a maioria dos especialistas coincide em que a Coreia do Sul será signatária de qualquer acordo sucessor.
Os anúncios de Trump de certo modo eclipsaram as conversações bilaterais com Abe, nas quais os dois líderes esperavam suavizar suas divergências em matéria comercial e mostrar uma posição comum diante da Coreia do Norte.
"Donald, você tem demonstrado uma determinação inquebrantável", disse Abe, elogiando Trump por sua administração da crise norte-coreana.
Abe também agradeceu o líder americano por abordar o tema dos japoneses sequestrados na Coreia do Norte, uma importante questão doméstica.
"Isto mostra sua profunda compreensão sobre o interesse que o Japão tem neste assunto. Estou muito grato por seu compromisso".
Nas décadas de 70 e 80 cidadãos japoneses foram sequestrados pelos norte-coreanos para treinar espiões.