A Argentina anunciou nesta terça-feira (8) que buscou ajuda financeira do Fundo Monetário Internacional (FMI) para enfrentar a grave turbulência de seus mercados, e a diretora do organismo, Christine Lagarde, afirmou que as negociações terão início "em breve".
"De forma preventiva, decidi iniciar diálogos com o FMI para que nos conceda uma linha de apoio financeiro", anunciou o presidente Mauricio Macri em um pronunciamento televisionado, após o peso cair nesta terça mais de 4% em relação ao dólar na abertura dos mercados.
O subsecretario de Assuntos Internacionais do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, David Malpass, descartou a iminência de uma crise em um mercado emergente. "Não acredito que estejamos vendo isto (... ) mas acompanharemos de perto as discussões".
No último mês, a depreciação foi de mais de 10%, apesar de o Banco Central ter vendido 8 bilhões de dólares de suas reservas e elevado sua taxa de juros a 40%.
"Estamos recorrendo ao único caminho possível para sair da estagnação, buscando evitar uma grande crise econômica que nos faria retroceder e prejudicaria a todos", acrescentou.
O peso, que chegou a perder 4,61%, reverteu a queda para apenas 2,66% após o anúncio, e fechou a 22,94 ante a divisa americana. A Bolsa também freou a baixa e fechou em -3,85%.
"Foram iniciadas discussões sobre como podemos trabalhar juntos para fortalecer a economia argentina e levaremos esses diálogos a cabo em breve", informou Lagarde em uma nota oficial, sem mencionar os eventuais valores do aporte financeiro. De acordo com ela, a Argentina "é um membro valioso" do FMI.
"Não podemos ainda anunciar os montantes. Neste momento dos diálogos, ainda não falamos de detalhes", indicou o ministro de Economia, Nicolás Dujovne.