Um imigrante tunisiano de 25 anos que salvou duas crianças em um incêndio perto de Paris em 2015 corre o risco de ser expulso do país - informou o governo, acrescentando que está disposta a reexaminar o caso.
O caso do imigrante tunisiano ficou conhecido, após a regularização de um malinês que recebeu, na semana passada, um visto de residência e será nacionalizado rapidamente. Depois de também salvar uma criança, ele foi parabenizado por seu "ato heroico", amplamente divulgado na imprensa e nas mídias sociais, o qual lhe valeu o reconhecimento pessoal do presidente Emmanuel Macron.
Segundo o jornal "Le Parisien", o tunisiano, formado em Informática, chegou à França em 2013. Em abril de 2015, junto com dois amigos, ele resgatou duas crianças pequenas trancadas em um apartamento, cuja cozinha estava em chamas. Ele atendeu aos gritos de socorro da mãe dos pequenos.
Ao contrário do que aconteceu com Mamudu Gassama, o jovem malinês que escalou até quatro andares de um prédio para salvar um garoto em Paris, o salvamento feito pelo tunisiano não foi filmado. Os três homens deixaram o local sem dizer nada, mas a mãe lançou um apelo para encontrá-los.
Uma semana mais tarde, o prefeito comunista da localidade de Fosses, na periferia de Paris, onde o resgate foi registrado, distinguiu-os com a medalha da cidade.
Em 2017, o prefeito escreveu para as autoridades responsáveis para apoiar seu pedido de visto de residência, lembrando-os da valentia do jovem tunisiano.
Segundo sua advogada, Philippine Parastatis, a prefeitura respondeu, então, que poderia pedir sua "admissão à residência por motivo excepcional", diante do serviço prestado à comunidade.
Em janeiro, porém, a prefeitura rejeitou-lhes o visto de residência e lhes transmitiu a "obrigação de abandonar o território francês" (OQTF).
Sua advogada apresentou um recurso no tribunal administrativo. "Mas, se passar por um controle amanhã, pode ser detido e expulso", disse ela à AFP.
"Estamos tentando reunir o máximo de elementos corroborando este ato de coragem, principalmente com os bombeiros, para tomar uma decisão sobre a derrogação da OQTF, o que deve acontecer durante o dia", afirmou a diretora do gabinete do administrador de Val-d'Oise, região onde Fosses está localizada.