Os picos de temperatura ocorridos na Europa neste início de agosto se aproximam dos números mais altos já registrados no continente, como mostram os exemplos abaixo:
Em 10 de julho de 1977, o termômetro dispara e marca 48°C em Elêusis, na Grécia, alguns quilômetros ao oeste de Atenas. Em meio a uma seca extrema, o país sofre vários incêndios, incluindo o da floresta de pinheiros de Tatoi, ex-propriedade da família real situada 15 quilômetros ao norte da capital.
Trata-se do recorde absoluto de calor na Europa, que continua inferior ao recorde mundial - contestado por alguns especialistas - de 56,7°C, no Vale da Morte, na Califórnia, em 10 de julho de 1913.
Em 1º de agosto de 2003, a freguesia de Amareleja, situada no sul de Portugal, registra uma temperatura de 47,3°C, o recorde do país. Nesse verão, a Europa enfrenta uma onda de calor histórica, que deixou 70.000 mortos "a mais" (em relação à média esperada no período) de junho a setembro. Somente em Portugal o número de óbitos chegou a 2.700.
Apelidada de "a cidade mais quente de Portugal", Amareleja parece, porém, resistir a essas condições extremas. "Não há problemas de mortalidade decorrentes do calor. As pessoas se acostumaram a essas temperaturas", explicou em 2005 à AFP o prefeito local.
"Sempre fez calor aqui", comentou um morador, de 72 anos. "Isso realmente não surpreende ninguém. Estamos acostumados", completou.
Em 13 de julho de 2017, o termômetro na pequena cidade de Montoro, perto de Cordoue (sul), bateu 47,3°C. Foi a temperatura mais extrema já registrada na Espanha. Durante uma semana, as temperaturas ficaram em torno de 40°C, relata o jornal "El País".
A cidade está acostumada com as ondas de calor e sabe se adaptar. No verão, quando as temperaturas externas são insuportáveis, as apresentações para crianças começam às 21h; o teatro e o circo, à meia-noite; e a piscina pública permanece todos os dias aberta até as 2h da manhã, segundo "El País".