O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu uma carta "muito positiva" do líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, com a proposta de um segundo encontro, informou a Casa Branca nesta segunda-feira (10), acrescentando que a coordenação já está em andamento.
"O presidente recebeu a carta de Kim Jong Un. Foi uma carta muito calorosa e muito positiva", disse à imprensa Sarah Sanders, porta-voz da Casa Branca, detalhando que a mensagem mostrava o "compromisso contínuo (de Pyongyang) de se concentrar na desnuclearização" da península coreana.
"O objetivo principal da carta era marcar outra reunião com o presidente, à qual estamos abertos e já estamos em processo de coordenação", disse ela, sem informar sobre quando ou onde poderá acontecer o novo encontro.
O presidente americano agradeceu a Kim pelo gesto e escreveu em sua conta no Twitter que "essa é uma declaração grande e muito positiva da Coreia do Norte".
Trump e Kim realizaram uma cúpula histórica em Singapura em junho passado.
Segundo Sanders, a carta "é um novo teste de progresso na relação" entre os dois países, que até pouco tempo se enfrentavam.
A administração Trump, que tem se mostrado otimista desde a reunião em Singapura, expressou seu desagrado pela primeira vez ao cancelar no fim de agosto uma viagem do secretário de Estado, Mike Pompeo, a Pyongyang por considerar que o progresso no desarmamento havia sido insuficiente.
Depois desse episódio, Kim voltou a dirigir uma mensagem tranquilizadora ao reafirmar o seu compromisso de desnuclearização e ratificar a sua "confiança inalterada" no presidente americano.
A essa mensagem se somou esta carta, cuja existência Trump havia revelado na semana passada, antes de recebê-la formalmente, renovando o otimismo na relação entre os dois países.
"Ao fim do dia, sempre será melhor se os dois líderes se reencontrarem. Sobretudo do lado norte-coreano, a maioria das decisões passa pelo líder Kim Jong Un", declarou Sanders, ponderando a importância da nova reunião.
Mais cedo, o principal conselheiro de Segurança Nacional da administração Trump, John Bolton, havia dito em um discurso que, embora o presidente tenha a porta aberta para Kim, ainda está aguardando ações concretas da Coreia do Norte.
"Ainda estamos esperando", afirmou Bolton. "Mas o presidente Trump não pode obrigar os norte-coreanos a cruzar a porta que está mantendo aberta. Eles têm que dar o passo para se desnuclearizar. E estamos esperando por isso", continuou.
"Se eles se desnuclearizarem (...) poderão ter uma vida vida muito diferente na Coreia do Norte", declarou Bolton.
Bolton assinalou, após um discurso na conservadora Federalist Society em Washington, que "é totalmente possível" que os dois líderes se encontrem até o fim do ano.
A Casa Branca destacou que nos últimos meses houve uma série de conquistas, incluindo a libertação de reféns americanos, a repatriação de restos mortais de soldados caídos na guerra da Coreia e uma pausa nos testes nucleares e de mísseis da Coreia do Norte.
No domingo, Pyongyang não exibiu seus mísseis intercontinentais, que durante muito tempo foram a peça central de suas tensões nucleares com Washington, em um desfile pela celebração do 70º aniversário da independência do país.
Sanders assegurou que o desfile militar sem mísseis foi "uma mostra de b