Corrida contra o tempo na Indonésia e alerta para impacto do terremoto nas crianças

O balanço mais recente da tragédia na Indonésia cita mais de 1.400 mortos e 2.500 feridos
AFP
Publicado em 04/10/2018 às 10:23
O balanço mais recente da tragédia na Indonésia cita mais de 1.400 mortos e 2.500 feridos Foto: Foto: MOHD RASFAN / AFP


A ajuda chegava a conta-gotas às cidades devastadas pelo terremoto e tsunami na ilha indonésia de Célebes, onde as autoridades e agentes humanitários alertam paras muitas crianças traumatizadas depois que foram separadas de suas famílias pela tragédia.

O balanço mais recente da tragédia cita 1.411 mortos e mais de 2.500 feridos, vítimas do terremoto de 7,5 graus de magnitude seguido por um tsunami no dia 28 de setembro. 

Na região de Palu, cidade de 350 mil habitantes na costa oeste da ilha, imóveis desabaram e as ruas e avenidas estão destruídas. A ajuda chega a conta-gotas e a localidade é cenário de saques. 

Policiais armados vigiam os postos de gasolina para manter a ordem nas longas filas. Caminhões que transportavam ajuda a Palu foram saqueados, de acordo com a imprensa.

Em um primeiro momento, as autoridades ignoraram os saques, mas após alguns dias a polícia prendeu dezenas de pessoas e o exército advertiu que usaria armas de fogo contra os assaltantes. 

Os serviços de emergência ainda tentam encontrar sobreviventes entre os escombros, mas, seis dias após a tragédia, restam cada vez menos esperanças. As autoridades calculam que mais de 100 pessoas estão desaparecidas. A ONG Save The Children informou que muitos menores de idade estão dormindo nas ruas de Palu e destacou a urgência de identificá-los e encontrar seus pais. 

"É difícil imaginar uma situação mais aterrorizante para uma criança", afirmou Zubedy Koteng, assessor para a proteção da infância da ONG. 

"Muitas crianças estão em choque, traumatizadas, sozinhas e aterrorizadas. Os jovens que procuram por eventuais parentes sobreviventes viram e passaram por experiências horríveis, que nenhuma criança deveria passar", completou.

Ao mesmo tempo, o governo indonésio tenta responder às necessidades dos habitantes de produtos de primeira necessidade, enquanto as ONGs estrangeiras enviam equipes à região. 

O destino das crianças separadas de suas famílias pelo terremoto e que se tornaram órfãos é a maior preocupação. 

Quase 200.000 pessoas precisam de ajuda humanitária urgente, de acordo com a ONU. As autoridades calculam que 66.000 casas foram destruídas. 

Depois de tomar conhecimento da magnitude do desastre, o presidente indonésio Joko Widodo aceitou o envio de ajuda de organizações humanitárias e o apoio de outros países. 

Mas o governo encontra dificuldades para levar ajuda aos sobreviventes, que passam fome e sede. 

Nos primeiros dias após o tsunami, o aeroporto de Palu ficou aberto apenas para os aviões militares. Mas nesta quinta-feira foi autorizado o tráfego limitado de aviões comerciais, com prioridade para os voos humanitários. 

ONU

A ONU prometeu 15 milhões de dólares de seus fundos de emergência. A Cruz Vermelha anunciou o envio de navios com mantimentos e equipamentos, incluindo utensílios de cozinha, barracas, sacos para cadáveres e mosquiteiros. 

As autoridades estabeleceram prazo até sexta-feira para tentar encontrar sobreviventes entre os escombros. A energia elétrica foi restabelecida em alguns bairros de Palu e a rede de telefonia voltou a funcionar, assim como alguns mercados.

Mas a vida mudou completamente para os moradores, que aguardam pela água e dinheiro prometido pelas autoridades. Em alguns locais, os habitantes aguardam por 24 horas para obter alguns litros de gasolina. 

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