Dois outros pacotes suspeitos foram enviados a críticos do presidente Donald Trump, e já somam doze: nesta sexta-feira o FBI anunciou um pacote dirigido ao senador democrata Cory Booker, enquanto a CNN disse ter recebido outro endereçado ao ex-diretor de inteligência nacional, James Clapper.
Trump imediatamente afirmou no Twitter que a série de alertas de pacotes com bombas enviados a muitos de seus adversários políticos está prejudicando o "ímpeto de campanha" de seu Partido Republicano antes das eleições de novembro.
"Os republicanos estão indo tão bem na votação antecipada, e nas pesquisas, e agora essa coisa de 'Bomba' acontece e a dinâmica diminui muito", tuitou Trump.
"Muito lamentável, o que está acontecendo. Republicanos, saiam e votem!", acrescentou.
"O FBI confirma que um 11º pacote foi encontrado na Flórida, similar em aparência aos outros, e dirigido ao senador Cory Booker", informou a polícia federal no Twitter.
A mídia americana afirmou, por sua vez, que um pacote adicional endereçado ao ex-diretor de inteligência nacional Clapper foi encontrado em Manhattan, embora os informes ainda não tenham sido confirmados pelas autoridades.
O FBI, o Serviço Secreto, que cuida da segurança de presidentes e ex-presidente, e outras agências procuram identificar a pessoa ou pessoas responsáveis pelo que os republicanos no poder e os democratas na oposição descreveram como "terrorismo interno".
As supostas bombas caseiras foram interceptadas desde segunda-feira em meio a uma tensa campanha para as eleições legislativas em 6 de novembro.
Os pacotes foram enviados a proeminentes figuras da oposição, incluindo o ex-presidente Barack Obama e a ex-candidata à presidência Hillary Clinton, bem como a rede de notícias CNN, que é muito crítica em relação ao presidente.
Booker é considerado um candidato potencial para as eleições presidenciais de 2020.
Clapper é um dos ex-chefes de inteligência que questiona Trump desde que assumiu o cargo em janeiro de 2017.
Um pacote em nome do diretor da CIA na administração Obama, John Brennan, foi encontrado na quarta-feira na redação de Nova York da CNN, onde ele é frequentemente convidado como analista político.
Em agosto, Trump decidiu retirar a autorização de Brennan para acessar informações confidenciais. Este benefício é historicamente concedido a altos funcionários, mesmo depois de deixarem o cargo.
Clapper se pronunciou contra essa decisão junto com vários ex-chefes da agência de inteligência da CIA.
Além de Obama, Clinton e Brennan, via CNN, os pacotes suspeitos chegaram ao bilionário e doador do Partido Democrata George Soros; o ex-vice-presidente de Obama Joe Biden; o ex-procurador-geral de Obama, Eric Holder; aos legisladores democratas Maxine Waters e Debbie Wasserman Schultz; e o astro de Hollywood Robert De Niro.
De Niro aproveitou o incidente e pediu nesta sexta-feira (26), que os americanos votem nas legislativas de 6 de novembro.
"Há algo mais poderoso do que as bombas, e isso é o seu voto", disse o astro de Hollywood de 75 anos. "As pessoas DEVEM votar", insistiu, em um breve comunicado enviado a vários meios de comunicação.
Até agora, nenhum pacote explodiu, mas o incidente aumentou polarização antes das eleições legislativas, vistas como um referendo sobre a gestão de Trump e do Partido Republicano, que pode vir a perder o controle do Congresso.