Maduro recebe ajuda milionária da ONU para tirar Venezuela da crise humanitária

Após anos negando o auxílio, o presidente venezuelano cedeu e aceitou a doação de U$ 9,2 milhões, equivalente a R$ 35 milhões
JC Online
Publicado em 26/11/2018 às 17:50
Após anos negando o auxílio, o presidente venezuelano cedeu e aceitou a doação de U$ 9,2 milhões, equivalente a R$ 35 milhões Foto: Foto: YURI CORTEZ / AFP


Após três anos em profunda crise, o governo de Nicolás Maduro aceitou a ajuda humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta segunda-feira (26). A doação à Venezuela alcançou a marca de U$ 9,2 milhões, equivalente a R$ 35 milhões.

O valor doado pela ONU será investido nos setores de saúde e alimentação, na tentativa de estabilizar o fluxo de refugiados e imigrantes que deixam o país.

Mesmo sendo firme, negando qualquer ajuda internacional, com a justificativa que isso poderia promover uma intervenção militar na Venezuela, Nicolás aceitou o fundo de emergência milionário para reerguer as estruturas do governo.

A ONU confirmou que, até o mês passado, o governo venezuelano se recusava a falar de uma "emergência humanitária" e, portanto, não permitia a atuação no país das agências internacionais.

Aplicação

De acordo com o jornal Estadão, o valor inicial de U$ 9,2 milhões será usado em Caracas - capital venezuelana - e outras regiões. Apesar do uso interno, o dinheiro ficará sob o controle das agências externas.

A partir da próxima semana, a crise venezuelana entrará pela primeira vez na lista dos programas humanitários divulgados pelas Nações Unidas. A entidade lançará um apelo global para crises em Iêmen, Síria, Líbia e outros países em crise.

Aprovados nesta semana, US$ 2,6 milhões serão destinados à Unicef para que possa ajudar na "recuperação nutricional de crianças com menos de cinco anos de idade, mulheres grávidas ou que estejam amamentando". Oito Estados da Venezuela serão atendidos.

Um outro cheque de US$ 1,7 milhão será destinado ao atendimento de mulheres e meninas, principalmente nos Estados de fronteira com a Colômbia e Brasil.

Ainda segundo a reportagem do Estadão, a crise na Venezuela resultou no êxodo de 3 milhões de pessoas, no que é considerado o maior fluxo na história recente da América Latina. Apenas em 2018, mais de 205 mil venezuelanos solicitaram refúgio, além de outras centenas de milhares que cruzam fronteiras na condição de migrantes.

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