Tremendo de frio por conta da chuva e das baixas temperaturas que dominaram a noite de quinta-feira (29) na cidade mexicana de Tijuana, milhares de centro-americanos da caravana de migrantes arrumaram seus colchões molhados para se mudarem para um novo albergue nesta sexta-feira (30), constatou a AFP.
Desde a noite dessa quinta-feira (29), "cerca de 850 centro-americanos foram levados de ônibus para o novo abrigo, um centro de espetáculos semiaberto com capacidade para sete mil pessoas", disse Mario Osuna, secretário de Desenvolvimento Social de Tijuana, uma cidade no noroeste do México e fronteira com os Estados Unidos.
"Lá eles têm um espaço mais digno, considerado um abrigo, e que já é de responsabilidade do governo federal", afirmou a repórteres em frente ao antigo abrigo, cuja operação estava a cargo das autoridades locais.
Durante duas semanas, mais de 6.000 migrantes da caravana - a maioria de famílias hondurenhas com filhos - vivem ao ar livre e amontoadas em um abrigo improvisado pelas autoridades em um centro esportivo localizado em um bairro periférico de Tijuana, a poucos metros do muro da fronteira.
A chuva persistente de quinta-feira surpreendeu os centro-americanos, pouco acostumados com o frio desta área desértica. O abrigo tornou-se um atoleiro onde o lixo flutuava próximo aos tapetes e cobertores colocados no chão.
"Tudo inundou, foi um desastre e tivemos que fugir", disse à AFP Luis López, hondurenho de 30 anos, um dos primeiros a chegar ao novo abrigo.
"É uma boa área, é pavimentada lá fora", afirmou.
O novo abrigo está localizado em um bairro marginal a cerca de 40 km do primeiro, e a cerca de 15 km da fronteira.
Muitos dos milhares de migrantes que ainda não haviam se mudado temiam que a transferência fosse uma farsa para deportá-los.
"Ninguém nos quer. Nós achamos que era para nos tirar do México", disse Avelín Romero, uma mulher hondurenha que se agarra a sua barraca inundada, onde seu bebê de dois anos dorme.
A primeira caravana partiu de San Pedro Sula, em Honduras, no dia 13 de outubro, viajou 4.000 km a pé e pediu carona para chegar a Tijuana, a fim de cruzar para os Estados Unidos. Outras caravanas a seguiram.