O governo espanhol advertiu as autoridades separatistas da Catalunha de que assumirá a manutenção da ordem na região, se a administração local não for capaz de garanti-la, depois que ativistas separatistas bloquearam uma autoestrada.
Em carta divulgada nessa segunda-feira (10), o ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, alertou seu homólogo catalão que, se a polícia regional não exercer "as funções que constitucional, estatutária e legalmente lhe cabem", as forças de segurança do Estado vão intervir. A advertência foi publicada nas primeiras páginas da imprensa espanhola.
A carta menciona um bloqueio de 15 horas, sábado, na autoestrada AP-7, que une a costa mediterrânea espanhola com a França por parte de militantes radicais dos Comitês de Defesa da República (CDR), grupos criados para forçar a ruptura com a Espanha.
Seguindo o modelo dos "coletes amarelos" que protestam desde meados de novembro na França, os CDRs depois ergueram barreiras, sem que a polícia catalã, os Mossos d'Esquadra, interviesse.
Nessa segunda, em Bruxelas, o ministro espanhol das Relações Exteriores, Josep Borrell, afirmou que "não é normal, em um país moderno e civilizado, que as autoestradas sejam interrompidas durante 15 horas porque 200 pessoas quiseram manifestar seu protesto".
A Catalunha, o País Basco e Navarra são as três regiões espanholas que dispõem de sua própria polícia. No restante do território, a ordem é garantida pela Polícia Nacional e pela Guarda Civil.