A Controladoria Geral da Venezuela anunciou nesta segunda-feira a abertura de uma investigação sobre o patrimônio do líder oposicionista Juan Guaidó, em uma nova escalada no enfrentamento entre o governo e a Assembleia Nacional. Paralelamente, Guaidó, autoproclamado presidente interino, afirmou que entregou a uma associação civil um primeiro carregamento de ajuda humanitária.
Em aberto desafio ao presidente Nicolás Maduro, que rejeita que seu país necessite de ajuda humanitária, como afirma a oposição, Guaidó disse em sua conta no Twitter que entregou um carregamento de alimentos para crianças e grávidas a uma entidade privada que cobre vários hospitais, denominada Associação de Centros de Saúde. Ele não mencionou onde estava essa ajuda, como a recebeu nem quem a enviou ou se chegou do exterior. Na semana passada, os Estados Unidos enviaram ajuda humanitária a Cúcuta, na Colômbia, fronteira com a Venezuela. Até agora, não houve permissão para a entrada do material em território venezuelano.
Maduro qualificou como um "show" os pedidos da Assembleia Nacional para deixar entrar ajuda humanitária. Ele afirmou que é preciso "derrubar as mentiras" que correm o mundo, como parte de uma guerra "psicológica, midiática" com o objetivo de que ninguém se aproxime da Venezuela nem invista no país.
Também nesta segunda-feira, o controlador-geral do país, Elvis Amoroso, afirmou na televisão estatal que decidiu investigar o patrimônio de Guaidó porque ele supostamente "ocultou ou falseou dados" em sua declaração jurada e recebeu dinheiro de entidades internacionais "sem nenhum tipo de justificativa".