Polícia encontra 87 detonadores de bomba em estação de ônibus no Sri Lanka

Doze detonadores estavam no chão e os outros 75 em uma lata de lixo próxima
AFP e ABr
Publicado em 22/04/2019 às 8:14
Doze detonadores estavam no chão e os outros 75 em uma lata de lixo próxima Foto: Foto: LAKRUWAN WANNIARACHCHI / AFP


A polícia do Sri Lanka encontrou nesta segunda-feira 87 detonadores em uma estação de ônibus da capital, Colombo, um dia depois dos atentados suicidas que deixaram 290 mortos no país.

"Encontramos 87 detonadores na estação de ônibus Bastian Mawatha de Pettah", um bairro da capital cingalesa que fica no meio do caminho entre os hotéis e a igreja onde no domingo foram registradas explosões, indicou a polícia em um comunicado. 

Doze detonadores estavam no chão e os outros 75 em uma lata de lixo próxima.

Número de mortos sobe

O número de mortos na série de atentados coordenados que ocorreram no Sri Lanka no Domingo de Páscoa (21) subiu para 290. Cerca de 500 pessoas ficaram feridas. Os ataques, cometidos em alguns casos por homens-bomba, tiveram como alvos templos católicos e hotéis de luxo.

Ao divulgar o mais recente balanço de vítimas, o porta-voz da Polícia do Sri Lanka, Ruwan Gunasekara, anunciou que 24 pessoas foram detidas por suspeita de participação nos ataques.  Os detidos estão sendo interrogados pela divisão de investigação criminal da Polícia, acrescentou Gunasekara.

A maior parte dos mortos é de cidadãos do Sri Lanka, mas há pelo menos 32 estrangeiros entre as vítimas, incluindo cidadãos da Bélgica, dos Estados Unidos, da China, do Reino Unido, da Índia e de Portugal.

Nenhum grupo reivindicou a autoria das ações até o momento. Por enquanto, o governo segue divulgando informações dispersas sobre as suspeitas no caso. O ministro da Defesa, Ruwan Wijewardene, disse que os autores dos ataques foram identificados como "extremistas religiosos" e pertenciam a um único grupo, sem dar mais detalhes.

O ministro da Saúde do país, Rajitha Senaratne, disse que sete das oitos explosões foram cometidas por terroristas suicidas e que todos esses homens-bomba eram cidadãos do Sri Lanka. 

Rajitha Senaratne, um porta-voz do governo, por sua vez, afirmou que o ataque coordenado deve ter contado com ajuda externa. "Não acreditamos que esses ataques foram executados por um grupo de pessoas restrito a este país. Esses ataques não teriam sido bem-sucedidos sem uma rede internacional”, disse.

Segundo o jornal New York Times, um alto integrante da polícia do Sri Lanka advertiu o governo, há 10 dias, sobre o risco de atentados contra igrejas no país, e que a minoria cristã do país estava na mira de um grupo islâmico radical chamado Thowheeth Jama'ath. Não ficou claro, no entanto, se as autoridades tomaram alguma medida adicional de segurança. O primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe disse que não foi informado sobre a ameaça. "Temos que verificar por que precauções adequadas não foram tomadas", disse ele.

Após os ataques, a embaixada dos Estados Unidos em Colombo advertiu que "grupos terroristas" continuam preparando ataques no Sri Lanka. "Os grupos terroristas continuam tramando possíveis ataques no país. Os terroristas poderiam atacar, com pouca ou nenhuma advertência, áreas públicas", anunciou o Departamento de Estado por meio da sede diplomática americana no país asiático.

A embaixada americana cita como possíveis alvos desses ataques espaços turísticos, centros de transporte, mercados, shoppings, instalações do governo, hotéis, clubes, restaurantes, lugares de culto, parques, eventos esportivos e culturais importantes, instituições educativas e aeroportos.

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