Em meio a confrontos na Venezuela um dia após a tentativa fracassada de rebelião militar promovida pelo líder opositor Juan Guaidó, Nicolás Maduro afirmou, nesta quarta-feira (1º), que não vai "fraquejar o pulso".
"Não vou fraquejar o pulso, quando a Justiça ordenar, para colocar atrás das grades os responsáveis por este golpe criminoso", ameaçou Maduro durante uma enorme mobilização no centro de Caracas para o Dia do Trabalhador, que celebrou o fracasso do levante.
Juan Guaidó recebeu, nesta quarta-feira (1º), o respaldo de milhares de seguidores nas ruas, apesar de não ter conseguido fazer uma rebelião militar quebrar o apoio da Força Armada de Maduro, que prometeu responder com força.
Uma enorme multidão atendeu a sua convocação em Caracas para exigir que Maduro "interrompa a usurpação do poder", em meio à pior crise socioeconômica da Venezuela. De todas as formas, a marcha não conseguiu ser "a maior da história do país", como pedia Guaidó, líder opositor reconhecido presidente interino por cerca de 50 países.
Os protestos geraram confrontos em várias regiões da capitalcom saldo de pelo menos 27 feridos, segundo serviços de saúde. A oposição contabilizou 78 feridos em todo o país.
Nos confrontos, militares e policiais lançaram bombas de gás lacrimogêneo contra manifestantes, que responderam com pedras e coquetéis molotov. Também foram feitos disparos de armas de fogo.
"Minutos após os valentes soldados se colocarem ao lado do povo, todos os soldados viram o respaldo contundente do povo da Venezuela, que vai lhes acompanhar", disse Guaidó a seus seguidores, lembrando que milhares de pessoas tinham ido às ruas na terça para apoiar a rebelião.
A oposição liderou o levante de um grupo de soldados na base aérea de La Carlota, em Caracas.
Embora Guaidó tenha convocado a Força Armada a se unir ao levante, a cúpula militar reiterou sua lealdade a Maduro, e 25 insurgentes acabaram pedindo asilo na Embaixada do Brasil.
Além deles, Leopoldo López, libertado por rebeldes de sua prisão domiciliar, pediu asilo na legação da Espanha.
"Vamos continuar nas ruas até alcançar a liberdade (...), o regime vai tentar ampliar a repressão, me perseguir", afirmou Guaidó.