A capital uruguaia vive na manhã de hoje (22), greve geral em apoio aos trabalhadores da empresa MontevideoGas, subsidiária da Petrobras no país. A greve envolve diversos setores. As escolas públicas de ensino médio, por exemplo, não tiveram aulas no período da manhã e retomarão as atividades a partir das 13h. Também aderiram à greve os trabalhadores da Federação de Funcionários da Saúde Pública e da Confederação de Organizações de Funcionários do Estado. Os trabalhadores da Associação de Bancários do Uruguai aderiram parcialmente a paralisação, com caixas fechados até as 13h30 em algumas agências da área metropolitana da cidade.
Os professores do ensino fundamental, apesar de apoiarem a greve, mantiveram suas atividades. O transporte também seguiu sem alterações.
A assessoria da Petrobras informou à Agência Brasil que as operações seguem normalmente.
A Central Única de Trabalhadores do Uruguai (Pit-Cnt) convocou a manifestação, que começou com uma concentração na frente da Prefeitura de Montevidéu às 10h e seguiu em caminhada até a Praça da Independência, em frente ao escritório da Petrobras, aonde realizam um ato. No encerramento da marcha, vários artistas cantarão em apoio. São eles Larbanois, Carrero, Emiliano Muñoz, Rafael Bruzzone, Freddy Gonzalez, Tabaré Rivero e Rodrigo Cabeda.
De acordo com Gabriel Molina, assessor de imprensa da central de trabalhadores, a mobilização de hoje "não é apenas mais uma". Ele afirmou que os trabalhadores defendem uma pauta complexa.
O conflito entre trabalhadores do setor de gás e a empresa Petrobras no país dura meses. De um lado, a empresa afirma que está deficitária e já anunciou que deixará de operar no país. Do outro lado estão os trabalhadores, que vêm pressionando a estatal brasileira desde o anúncio de sua intenção de deixar o país, no último dia 26 de abril, e lutam para que a empresa não siga com seu plano de demissões.
A Petrobras é dona das empresas MontevideoGas e Conecta, que prestam os serviços de distribuição de gás na capital e no interior do país, respectivamente.
De acordo com Alejandro Acosta, sindicalista do setor de gás, caso não haja nenhuma mudança significativa e os pedidos dos trabalhadores não sejam atendidos, haverá uma greve geral do setor de gás por tempo indeterminado a partir do dia 27 de maio. Os trabalhadores pedem que a Petrobras mantenha todos os empregados enquanto realiza sua saída do país. A Petrobras já anunciou um plano de demissões que pode afetar 94 postos de trabalho, o que representaria 60% da folha de trabalho da empresa.