Com uma melhora em sua situação na corrida presidencial apontada pelas últimas pesquisas eleitorais, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) aumentou nesta segunda-feira (22) o tom das críticas à candidata do PSB no pleito, Marina Silva, na tentativa de conseguir chegar a um eventual segundo turno contra a presidente Dilma Rousseff, que disputa a reeleição. Para o tucano, Marina tem "boas intenções", assim como os demais adversários, mas a socialista "não se colocou em condições de construir uma agenda para o Brasil".
Pouco antes de participar de carreata em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, Aécio insistiu em críticas baseadas nas mudanças que Marina tem feito em relação às propostas de seu programa de governo, considerado pelo senador "um conjunto de colagens que são modificadas ao sabor do vento". Para exemplificar, ele citou declarações do candidato a vice de Marina, Beto Albuquerque, que acenou com alterações no programa em relação ao desmatamento.
"Vi uma entrevista do seu candidato a vice-presidente da República dizendo que o desmatamento zero que ela (Marina) propõe em seu programa de governo não é bem isso. O programa da Marina foi feito por quem achava que não ia vencer as eleições. Por isso as suas contradições surgem a cada dia", salientou Aécio.
Mas não foi só à socialista que o tucano direcionou ataques. Dilma também entrou na mira do tucano, que conta com o "tempo" para tentar reverter o atual cenário eleitoral, apesar de faltarem menos de duas semanas para o pleito. Em pesquisa do Datafolha divulgada na sexta-feira (19), o tucano aparece com 17% das intenções de voto, enquanto Marina é apontada como a preferida por 30% do eleitorado e Dilma, por 37% dos pesquisados. O levantamento tem margem de erro de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.
"O tempo é nosso maior aliado, porque está mostrando de forma muito clara que nós temos, de um lado, uma candidata que mente, como mentiu recentemente dizendo que seus adversários iam acabar com os programas sociais", disse Aécio, em relação a Dilma. "E do outro lado uma candidata que se desmente o tempo inteiro, haja vista que seu programa de governo parece que foi feito a lápis, para que se possa passar uma borracha quando determinado compromisso contraria determinado segmento que ela acha estratégico para sua campanha", acrescentou o senador, referindo-se a Marina.