Ex-secretário de Aécio critica crescimento 'pífio'

Segundo Brumer, uma das primeiras medidas de um eventual governo Aécio será estabelecer metas para chegar a 25% do PIB em investimentos
Karol Albuquerque
Publicado em 29/09/2014 às 14:28
Segundo Brumer, uma das primeiras medidas de um eventual governo Aécio será estabelecer metas para chegar a 25% do PIB em investimentos Foto: Foto: AFP


O ex-presidente da Usiminas e ex-secretário de Desenvolvimento Econômico do governo de Aécio Neves em Minas Gerais, Wilson Brumer, criticou o que chamou de crescimento "pífio" da economia e afirmou que a indústria brasileira está sendo "destruída" e tem a mesma participação no PIB que tinha na década de 1950. Segundo ele, uma das primeiras medidas de um eventual governo Aécio será estabelecer metas para chegar a 25% do Produto Interno Bruto (PIB) em investimentos, ante a taxa atual de cerca de 18%.

"Isso fará com que o Brasil tenha de forma sustentável um crescimento em torno de 4% ou 5%", afirmou, em evento do Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE) com representantes dos programas econômicos dos presidenciáveis. Brumer afirmou que a crise internacional trouxe problemas para o País, mas algumas economias vêm se recuperando, enquanto o Brasil "não enfrenta os seus problemas". "O que falta ao Brasil hoje é um projeto de País. O que temos hoje é um projeto de poder."

O empresário defendeu parcerias com o setor privado e disse que o governo teve "má vontade" nas poucas parcerias que fez. "Nossa infraestrutura hoje é uma lástima. Temos um reconhecimento de que o setor privado será importante na retomada dos investimentos", afirmou, defendendo criar ambiente favorável para investimento interno e externo e acabar com o conceito de que empresa não pode dar lucro. "São fobias contra o lucro", disse.

Brumer também defendeu a realização de reforma tributária e mostrou sintonia com comentários feitos mais cedo pelo ex-deputado Maurício Rands, um dos formuladores do programa de governo da candidata do PSB à Presidência, Marina Silva. "Não sei o que é pior no Brasil hoje, se a complexidade tributária ou a carga tributária", afirmou. "Temos que começar por uma simplificação tributária e caminharmos para uma redução da carga", disse, ecoando Rands. Em alguns momentos da apresentação de Brumer, Rands fez gestos de apoio com a cabeça. Ambos disseram, no início do evento, que são "bons amigos".

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