Dilma vai levar crise hídrica para disputa

Equipe esconde os detalhes, mas integrantes do comitê pretendem usar os últimos dias da campanha para alardear a crise
Giovanna Torreão
Publicado em 16/10/2014 às 10:31
Equipe esconde os detalhes, mas integrantes do comitê pretendem usar os últimos dias da campanha para alardear a crise Foto: Foto: Agência Brasil


A campanha da presidente Dilma Rousseff vai colocar a crise de abastecimento de água em São Paulo no centro do debate eleitoral. A equipe do publicitário João Santana esconde os detalhes, mas integrantes do comitê pretendem usar os últimos dias da campanha para alardear a crise e, assim, desgastar o PSDB no Estado onde o PT sofreu sua pior derrota. 

A ideia é usar as declarações da presidente da Sabesp, Dilma Pena, que esta semana admitiu que pode faltar água em novembro, e os casos de desabastecimento registrados pela imprensa para dizer que o PSDB paulista cometeu um "estelionato eleitoral" ao esconder a gravidade da crise.

A avaliação no PT é de que a eleição será decidida em São Paulo e o partido acha possível reverter parte dos votos que Aécio Neves teve no 1.º turno. 

Desde o fim de semana, o partido desencadeou uma série de atividades com ênfase no centro da cidade e no chamado cinturão vermelho - cidades da região metropolitana e bairros periféricos onde o PT tem forte aceitação.

"É impossível calcular a quantidade de eventos que estão acontecendo. É agora que a campanha fica boa, quando a gente não controla mais", disse o coordenador da campanha de Dilma em São Paulo, Luiz Marinho. No sábado, governadores nordestinos da base aliada participarão de diversos atos que vão culminar no Centro de Tradições Nordestinas. 

Candidatos a deputados eleitos e derrotados receberam nesta quarta-feira, 15, ordem de manter seu pessoal nas ruas. Uma das metas é dobrar o número de cabos eleitorais (pagos ou não) na reta final.

Movimentos sociais ligados ao partido, alguns com participação importante nos protestos de junho de 2013, estão fazendo campanha de casa em casa em alguns bairros. "Alguns moradores reclamam que o candidato não é Lula. Nesses casos, explicamos que ela (Dilma) tinha o direito e está dando continuidade aos programas dele", disse Bonfim.

Além disso, há uma força-tarefa para tentar convencer a ministra da Cultura, Marta Suplicy, a se engajar. Ela ficou irritada por ter sido expulsa do carro de Dilma pelo presidente nacional do PT, Rui Falcão, em um ato em Santo Amaro, há cerca de duas semanas, e reagiu dizendo: "Quem tem voto aqui sou eu".

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