Para comitê da Dilma, foi criada condição para a virada

Petistas reconhecem que a arrancada dos últimos dias e a mobilização da militância teve como combustível a possibilidade real de derrota após 12 anos no poder
Danilo Galindo
Publicado em 22/10/2014 às 10:43
Petistas reconhecem que a arrancada dos últimos dias e a mobilização da militância teve como combustível a possibilidade real de derrota após 12 anos no poder Foto: Foto: Ichiro Guerra / Dilma 13


Animados com os gráficos das pesquisas de intenção de votos, que pela primeira vez passaram a mostrar Dilma Rousseff (PT) numericamente à frente de Aécio Neves (PSDB), e pela mobilização da militância do partido, dirigentes petistas acreditam que a candidata à reeleição será a protagonista do movimento decisivo de eleitores na campanha mais surpreendente desde a redemocratização.

Os petistas reconhecem que a arrancada dos últimos dias e a mobilização da militância teve como combustível a possibilidade real de derrota após 12 anos no poder. Para o deputado José Guimarães (CE), vice-presidente do partido, a "onda da virada" foi "despertada" pelo avanço de Aécio, que começou a corrida do 2.º turno numericamente à frente de Dilma.

O presidente do diretório paulista, Emídio de Souza, avalia que a reaproximação de militantes que estavam afastados da campanha ajudou, assim como a adesão de políticos - inclusive de partidos adversários, como o PSOL -, e de artistas e intelectuais com histórico de atuação na esquerda.

A crença na "onda da virada" vem acompanhada de uma estratégia de "multiplicar" as agendas de campanha, com viagens em separado de Dilma e do antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta semana, a dupla foi junta a locais estratégicos, como São Paulo e Pernambuco, mas a partir de hoje volta a se dividir e, com isso, ampliar o "efeito da onda".

A petista incluiu na agenda de hoje uma visita a Uberaba, no Triângulo Mineiro, cidade onde seus pais se casaram. Lula irá a Campo Grande e a Porto Alegre.

A visita de ontem a Pernambuco, última viagem prevista com Dilma e Lula no mesmo palanque, foi considerada bem-sucedida. Segundo maior colégio eleitoral do Nordeste, o Estado ganhou simbolismo ao ser o único em que a petista não saiu vencedora no 1.º turno, ficando atrás de Marina Silva (PSB).

A ida de Dilma e Lula foi uma tentativa de conter a influência do partido do ex-candidato Eduardo Campos e de sua família, que apoiam Aécio. No resto do Nordeste, o PT espera obter mais de 70% dos votos válidos, em especial no Ceará, onde prevê a maior vitória da região.


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