A candidata à vice-presidente na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB), senadora Ana Amélia (PP), e a também senadora que compõe a candidatura de Ciro Gomes (PDT), Kátia Abreu (PDT), enfatizaram hoje (28) a necessidade de enfrentar a violência contra a mulher. Elas participaram do debate promovido pelo Instituto Locomotiva e o jornal El País com candidatas à Vice-Presidência da República. Também participaram a candidata a vice-presidente do PSOL, Sônia Guajajara, e do PCdoB, Manuela D'Avila. A primeira forma chapa com Guilherme Boulos (PSOL) e a outra com Fernando Haddad (PT).
Ana Amélia afirmou que o estado de São Paulo, governado três vezes por Geraldo Alckmin, é referência no combate às agressões contra mulheres. “São Paulo foi o primeiro estado a instalar delegacias para mulheres”, destacou. Caso cheguem ao Planalto, a candidata disse que pretende levar a política para todo o território nacional. “Nós vamos ampliar muito as patrulhas Maria da Penha de proteção das mulheres, delegacias especializadas e casas de acolhimento para mulheres vítimas de violência”, acrescentou.
Kátia Abreu destacou a importância do acolhimento às vítimas desse tipo de crime. Segundo ela, os espaços de abrigo devem prestar um atendimento qualificado. “Não é um esconderijo. Além da proteção, [oferece] fortalecimento psicológico, emocional e profissional para que a mulher possa se libertar definitivamente”, ressaltou.
A respeito do tema aborto, Ana Amélia disse ser contra mudanças na legislação atual, mas defendeu que as mulheres não sejam presas por interromperem a gravidez. “Deveria ser substituída a prisão por penas alternativas educacionais, em que ela se envolva com creches ou com outras coisas que ela possa fazer”, disse.
Ainda no campo da saúde, a candidata pela chapa do PSDB disse que a assimetria nos procedimentos de esterilização voluntária pelo Sistema Único de Saúde é um exemplo forte da cultura machista na sociedade. “O homem pode fazer uma vasectomia sem consultar a mulher. Mas a mulher é obrigada a consultar o homem se fizer uma laqueadura. Isso é desumano até”, criticou.
A respeito do mercado de trabalho, Kátia Abreu disse que pretende, em um eventual governo, criar um selo de reconhecimento para as empresas que promoverem a equidade de gênero. “Nós vamos instituir a condição e obrigatoriedade das próprias empresas demonstrarem que os seus salários estão obedecendo a equidade. É muito mais fácil nós cobrarmos a comprovação contábil dessas empresas do que colocar um exército atrás”, justificou.
Ainda sobre igualdade de oportunidades, a candidata disse que um governo do PDT usaria como exemplo os bons resultados na educação obtidos no Ceará, que já foi governado por Ciro Gomes e pelo seu irmão, Cid Gomes. “Ceará é uma referência nacional e internacional em termos do que fez na educação”, afirmou. “Formação continuada para professores. Salário como o Ceará fez no governo Ciro Gomes: deu às professoras da rede pública um salário maior do que da rede privada. Ensino em tempo integral. As pesquisas mostram que quem estuda em tempo integral ganha no futuro 30% a mais do que quem não estuda em tempo integral”, enumerou sobre as medidas que pretende nacionalizar.