O presidenciável Geraldo Alckmin chega ao primeiro turno com o pior índice de intenção de votos obtido por um tucano em São Paulo - reduto histórico do PSDB e maior colégio eleitoral do País - desde 2006, ano em que ele próprio foi o candidato da sigla ao Planalto. Alckmin governou o Estado quatro vezes e, após deixar o cargo com 36% de aprovação, em abril deste ano, só tem 16% da preferência entre os paulistas.
Segundo analistas, o resultado no Estado tem significativa influência no baixo desempenho de Alckmin no cenário nacional - ele continua em quarto lugar nas pesquisas, com 7% das intenções de voto.
De acordo com a mais recente sondagem Ibope/Estado/TV Globo, divulgada nesta quarta-feira, 3, Jair Bolsonaro (PSL) tem 32%, Fernando Haddad soma 23% e Ciro Gomes (PDT), 10%. Em São Paulo, Alckmin tem apenas um ponto a mais que o candidato petista, e metade das intenções de voto em Bolsonaro.
Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que, até esta eleição, o menor porcentual de apoio de um candidato à Presidência pelo PSDB entre os paulistas tinha sido registrado por Aécio Neves, em 2014. Pesquisa Ibope de 1.º de outubro daquele ano - divulgada quatro dias antes do primeiro turno -, dava a ele 22% dos votos em São Paulo. Patamar que dobrou no dia da eleição, chegando a 44% dos votos válidos - com isso ele foi para o segundo turno com a então presidente Dilma Rousseff.
Quando a comparação se dá com o próprio Alckmin - candidato tucano ao Planalto em 2006-, a diferença fica maior: uma semana antes da eleição, ele já tinha 42% da preferência em São Paulo e na data do primeiro turno alcançou 54%, a maior vitória até agora de um tucano no Estado.
É certo que o contexto atual é distinto dos demais, mesmo o de 2014. Após o impeachment de Dilma, o antipetismo talvez tenha atingido seu ápice hoje e o candidato que representa esse movimento não é mais o do PSDB, como ocorria desde 1994.
Com Bolsonaro cada vez mais fortes nas pesquisas nacionais e, especialmente em São Paulo, a campanha de rua de Alckmin em São Paulo quase passa despercebida. Na terça-feira, 2, na zona norte da capital, o tucano fez caminhada acompanhado de poucos correligionários. A difícil relação com João Doria, candidato do partido ao governo do Estado, também ajuda a disseminar "traições" a Alckmin dentro e fora do Estado que governou por mais de 13 anos. "O presidente estadual do partido, Pedro Tobias, tem de levantar quem deserdou. É uma barbaridade que prejudica não só o Geraldo, mas o partido", disse o deputado Floriano Pesaro, que tenta a reeleição. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.