O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) vai realizar, neste sábado (6), a Auditoria da Votação Eletrônica, antes chamada de "Votação Paralela", para comprovar a segurança das urnas eletrônicas utilizadas no Estado. Todo o processo é público.
Neste sábado (6), serão sorteadas quatro das cerca de 20 mil urnas que, a partir das 8h do domingo (7), estarão ativas nas seções eleitorais de Pernambuco. Imediatamente após a realização do sorteio, o presidente da Comissão de Auditoria da Votação Eletrônica, o juiz Eduardo Guilliod comunicará o resultado ao juiz eleitoral da zona correspondente a cada seção sorteada. Em seguida, o juiz da seção lacrará a caixa da urna sorteada e a enviará para o TRE, onde ficará, em local seguro, até o momento da auditoria.
Para que os eleitores da seção sorteada não fiquem sem ter onde votar, uma urna substituta e com ata circunstanciada assinada pelo juiz responsável, pelo representante do Ministério Público e pelos fiscais dos partidos presentes, será preparada. As quatro urnas sorteadas, já no domingo (7), dia da eleição, estarão prontas para a auditoria. Este processo acontecerá no Auditório Augusto Duque, nas Graças, no mesmo dia e horário da votação oficial, das 8h às 17h.
Às 7h deste domingo (7), dia da eleição, em uma sala preparada com um microcomputador, uma impressora, uma filmadora e o respectivo monitor para cada urna sorteada, além de uma câmera filmando todo o ambiente, serão iniciados os trabalhos de auditoria.
Após serem desembaladas e ligadas as urnas e os computadores, serão emitidos os relatórios “zerésima” das urnas e do Sistema de Apoio à Auditoria de cada computador. Esses relatórios são assim chamados porque comprovam que todos os candidatos concorrentes estão com votação igual a “zero”. Todo esse processo acontece na presença do Procurador Regional da República designado e dos representantes dos partidos, coligações e entidades credenciadas.
Às 8h, o Sistema de Apoio à Auditoria de cada urna auditada é alimentado com os votos e dados dos candidatos reais, originados de cédulas de votação em papel, previamente preenchidas por alunos de escolas participantes do Programa Eleitor do Futuro e de universidades, depositados em urnas de lona (modelo de urna anterior à urna eletrônica) aleatoriamente atribuídas a cada uma das urnas eletrônicas sorteadas.
O processo de auditoria é realizado por servidores da Justiça Eleitoral. Inicialmente, um servidor retira a cédula de papel da urna de lona, mostra-a aos presentes e afixa uma etiqueta numerada, passando-a a outro servidor, que digita os votos dados na cédula no Sistema de Apoio à Auditoria e imprime-os, em duas vias, contendo o número da etiqueta, a data e hora em que foram digitados. Uma dessas vias é grampeada na cédula correspondente e armazenada, para futura conferência, enquanto outro servidor, agindo como mesário, libera a urna eletrônica para receber a votação.
A outra via é entregue a um quarto servidor, que a exibe por alguns segundos sobre o visor da urna, para que a câmera registre essa imagem, e insere esses votos na urna eletrônica, enquanto pronuncia, claramente, em um microfone acoplado à filmadora, cada algarismo de cada voto, para cada cargo. Assim, o processo é repetido até as 17h, quando há o encerramento da votação oficial. São emitidos, então, os boletins de cada urna e dos respectivos sistemas de apoio, bem como um relatório comparativo entre eles para garantir que não haverá divergência entre o resultado da urna de lona e o da urna eletrônica.
Os Auditores Externos também realizam uma contagem manual dos votos, que deve coincidir com os BUs das urnas e dos sistemas. Concluída a auditoria, todos os documentos são assinados pela Comissão, pelos Auditores e pelos fiscais presentes, em, no mínimo, duas vias -- uma para arquivamento e uma para a equipe de Auditores -- e todo o material produzido é lacrado e arquivado.
Todo o procedimento, tanto do sorteio no sábado quanto a auditoria do domingo, é aberto ao público.
Todos os trabalhos de auditoria de funcionamento são públicos e podem ser acompanhados por qualquer pessoa. Além disso, os fiscais dos partidos políticos e coligações, o Ministério Público (MP), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF), a Controladoria-Geral da União, a Polícia Federal (PF), a Sociedade Brasileira de Computação, o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia e os departamentos de Tecnologia da Informação de universidades tiveram a oportunidade de indicar representantes para acompanhar as auditorias e também impugnar, com justificativa, no prazo de três dias a partir da divulgação dos nomes, as designações dos integrantes da Comissão de Auditoria da Votação Eletrônica.