O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, pediu nesta quarta-feira (24) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que seja entrevistado pela TV Globo no horário que havia sido originalmente reservado para a transmissão do debate da emissora entre os presidenciáveis. O debate estava marcado para a noite desta sexta-feira (26), mas foi cancelado após o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, informar que não comparecerá.
Para a campanha de Haddad, os debates são "eventos pilares do processo democrático". "O debate político se torna ainda mais importante quando se memora que, nas presentes eleições, com campanhas mais curtas, os candidatos acabam por expor suas ideias, primordialmente, de maneira unilateral, através das redes sociais e não pelo enfrentamento direto e dialético de ideias e propostas de país", sustentam os advogados eleitorais do candidato do PT.
Para a defesa de Haddad, o debate da Globo é importante e ponto decisivo na reta final da campanha presidencial porque significa "a última oportunidade em que os candidatos poderão, olho a olho, discutir seus projetos de Brasil e, a partir disso, convencer o seu eleitorado sobre qual a melhor escolha para a direção da nação pelos próximos quatro anos".
"Será a primeira vez desde a redemocratização que não haverá debates presidenciais no segundo turno. Ou seja, após o fim da censura que era imposta pelo Regime Militar, será esta a única oportunidade em que o eleitorado não poderá ver e ouvir os candidatos pondo em contraposição os seus projetos de país, dificultando-se a promoção de uma análise comparativa dos debates sincera", sustenta a campanha de Haddad.
"Dessa maneira, o eleitorado brasileiro e, sobretudo, os eleitores ainda indecisos serão vítimas de uma completa desinformação motivada por uma estratégia de campanha", frisam os advogados eleitorais do candidato petista.
Em nota, a Globo informou que na reunião de elaboração das regras do evento "foi acertado com as assessorias dos candidatos que, se Jair Bolsonaro não pudesse comparecer por razões de saúde, o debate não seria substituído por entrevistas".
A campanha de Bolsonaro, em carta enviada à TV Globo, comunicou que por orientação médica o capitão reformado "deve evitar esforço físico, estresse excessivo ou ficar muito tempo em pé".