Após o anúncio da vitória de Jair Bolsonaro nas eleições para Presidência da República, o agora presidente eleito se pronunciou através de redes sociais e também concedeu uma entrevista à Globo News na porta de sua casa, na Barra da Tijuca, Zona Sul do Rio de Janeiro.
"Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.
Nunca estive sozinho. Sempre senti a presença de Deus e a força do povo brasileiro.
Orações de homens, mulheres, crianças, famílias inteiras que, diante da ameaça de seguirmos por um caminho que não é o que os brasileiros desejam e merecem, colocaram o Brasil, nosso amado Brasil, acima de tudo. Faço de vocês minhas testemunhas de que esse governo será um defensor da Constituição, da democracia e da liberdade. Isso é uma promessa não de um partido. Não é a palavra vã de um homem. É um juramento a Deus.
A verdade vai libertar este grande país, e a liberdade vai nos transformar em uma grande nação. A verdade foi o farol que nos guiou até aqui e que vai seguir iluminando o nosso caminho. O que ocorreu hoje nas urnas não foi a vitória de um partido, mas a celebração de um país pela liberdade.
O compromisso que assumimos com os brasileiros foi de fazer um governo decente, comprometido exclusivamente com o país e com o nosso povo. E eu garanto que assim será.
Nosso governo será formado por pessoas que tenham o mesmo propósito de cada um que me ouve neste momento: o propósito de transformar o nosso Brasil em uma grande, livre e próspera nação. Podem ter certeza de que nós trabalharemos dia e noite para isso.
Liberdade de fazer escolhas e ser respeitado por elas. Este é um país de todos nós, brasileiros natos ou de coração. Um Brasil de
diversas opiniões, cores e orientações.
Como defensor da liberdade, vou guiar um governo que defenda e proteja os direitos do cidadão que cumpre seus deveres e respeita as leis; elas são para todos. Porque assim será o nosso governo; constitucional e democrático.
Acredito na capacidade do povo brasileiro, que trabalha de forma honesta, de que podemos juntos - governo e sociedade - construir um futuro melhor.
Esse futuro de que falo e acredito passa por um governo que crie as condições para que todos cresçam. Isso significa que o governo federal dará um passo atrás - reduzindo a sua estrutura e a burocracia; cortando desperdícios e privilégios, para que as pessoas possam dar muitos passos à frente.
Nosso governo vai quebrar paradigmas: vamos confiar nas pessoas. Vamos desburocratizar, simplificar e permitir que o cidadão, o empreendedor, tenha mais liberdade para criar e construir o seu futuro.
Outro paradigma que vamos quebrar: o governo respeitará, de verdade, a Federação. As pessoas vivem nos municípios; portanto, os recursos federais irão diretamente do governo central para os estados e municípios. Colocaremos de pé a federação brasileira. Nesse sentido é que repetimos que precisamos de mais Brasil e menos Brasília.
Muito do que estamos fundando no presente trará conquistas no futuro. As sementes serão lançadas e regadas para que a prosperidade seja o desígnio dos brasileiros do presente e do futuro. Esse não será um governo de resposta apenas
às necessidades imediatas.
As reformas a que nos propomos serão para criar um novo futuro para os brasileiros. E quando digo isso falo com uma mão voltada para o seringueiro no coração da selva amazônica e a outra para o empreendedor suando para criar e desenvolver sua empresa. Porque não existem brasileiros do Sul ou do Norte. Somos todos um só país, somos todos uma só nação!
O Estado democrático de direito tem como um dos seus pilares o direito de propriedade. Reafirmamos aqui o respeito e a defesa deste princípio constitucional e fundador das principais nações democráticas do mundo.
Emprego, renda e equilíbrio fiscal: é o nosso compromisso para ficarmos mais próximos de oportunidades e trabalho para todos.
Quebraremos o círculo vicioso de crescimento da dívida, substituindo-o pelo círculo virtuoso de menores déficits, dívida decrescente e juros mais baixos.
Isso estimulará os investimentos, o crescimento e a consequente geração de empregos. O déficit público primário precisa ser eliminado o mais rápido possível e convertido em superávit.
Aos jovens, uma palavra do fundo do meu coração: vocês têm vivido um período de incerteza e estagnação econômica. Vocês foram e estão sendo testados a provar sua capacidade de resistir. Prometo que isso vai mudar. Esta é a nossa missão: governadores com os olhos nas futuras gerações, e não na próxima eleição.
Libertaremos o Brasil e o Itamaraty das relações internacionais com viés ideológico a que foram submetidos nos últimos anos. O Brasil deixará de estar apartado das nações mais desenvolvidas.
Buscaremos relações bilaterais com países que posam agregar valor econômico e tecnológico aos produtos brasileiros. Recuperaremos o respeito internacional pelo nosso amado Brasil.
Durante a nossa caminhada de quatro anos pelo Brasil, uma frase se repetiu muitas vezes: cada abraço, cada aperto de mão, cada palavra ou manifestação de estímulo que recebemos nesta caminhada fortaleceram o nosso propósito de colocar o Brasil no lugar que merece. Nesse projeto que construímos, cabem todos aqueles que têm o mesmo objetivo que o nosso.
Mesmo no momento mais difícil desta caminhada, quando, por obra de Deus e da equipe médica de Juiz de Fora, ganhei uma nova certidão de nascimento, não perdemos a convicção de que juntos poderíamos chegar à esta vitória. É com essa mesma convicção que afirmo: oferecemos a vocês um governo decente, que trabalhará, verdadeiramente, para todos os brasileiros.
Somos um grande país, e agora vamos transformar esse país em uma grande nação. Uma nação livre, democrática e próspera.
Brasil acima de tudo, Deus acima de todos."
Com 100% da apuração das urnas, Jair Bolsonaro (PSL) obteve 55,13% dos votos válidos, conquistando 57,7 milhões de votos. Fernando Haddad (PT) teve 44,87% dos votos, o equivalente a 47,03 milhões de votos. A diferença entre os dois candidatos foi superior a 10,7 milhões de votos. As abstenções somaram 21,3% (31,3 milhões de votos). Votos brancos foram 2,14% (2,4 milhões de votos) e nulos, 7,43% (8,6 milhões de votos).