O advogado Luiz Fernando Pacheco sustentou na defesa do ex-presidente do PT José Genoino de que o mensalão nunca existiu e questionou o fato de a denúncia da Procuradoria-Geral da República citar a compra de dez deputados no Congresso Nacional. Para Pacheco, esses parlamentares não teriam condições de aprovar projetos como a Reforma da Previdência, que passou com 357 votos.
"Comprando-se apoio de dez deputados, que é o que a denúncia traz, se teria o condão de influenciar 357?", questionou. "Mensalão é uma coisa que nunca existiu", concluiu.
Ele destacou que a denúncia inicial feita pelo presidente do PTB Roberto Jefferson, era de pagamentos mensais de R$ 30 mil a parlamentares. Para o advogado, não ficou provada essa acusação.
Em relação a Genoino, há a acusação de compra de votos do PP e do PTB. Ele destaca que em ambos os casos há apenas um depoimento a sustentar a denúncia. Em relação ao PP, há um depoimento do ex-deputado Vadão Gomes dizendo ter presenciado uma reunião, da qual Genoino participou, em que se discutiu a possibilidade de um acordo financeiro entre os partidos. Vadão, porém, diz não saber se o acordo se consolidou e outros depoimentos mostrariam que Genoino não fez nenhuma negociação financeira.
No caso do PTB, sustenta a acusação contra o ex-presidente petista uma fala de Jefferson. Pacheco, porém, tenta desacreditar o acusador citando outros depoimentos em que o presidente do PTB diz ter negociado apenas com o ex-ministro José Dirceu. "Fica a palavra de um, dúbia, que se modifica conforme o dia e local contra a de Genoino, que sempre negou qualquer repasse".
O advogado afirmou ainda que seu cliente não participou de qualquer quadrilha. "Associou-se ao PT por um projeto político, não para prática de nenhum crime". Concluiu, após 40 minutos, pedindo a absolvição de Genoino.