O coordenador da campanha da presidente Dilma Rousseff (SP) no Estado de São Paulo, o prefeito de São Bernardo Luiz Marinho, disse nesta quarta-feira (17) que a campanha do candidato Alexandre Padilha (PT) ao governo paulista ainda enfrenta dificuldades porque, segundo ele, "demorou para começar". "A escassez de recurso, como nunca visto em campanha eleitoral, fez com que o nível de campanha de Padilha, a intensidade, fosse muito sofrível no começo", afirmou. "Isso atrasou muito o conhecimento do Padilha no Estado", disse, após participar de ato político em Campinas, ao lado da presidente Dilma e sem a presença de Padilha.
Marinho disse ainda que todas as campanhas atualmente sofrem com a falta de recursos e disse que o fim da prática do caixa 2 "criou essa escassez". "Os mecanismos criados, diga-se bem da verdade, pelo governo do PT, do Lula e da Dilma, terminaram com o caixa 2. Quem fizer corre o grande risco de ser pego, é praticamente impossível (ter Caixa 2)", disse. "Isso criou escassez nas campanhas. Espero que o resultado disso seja uma reforma política decente".
Segundo Marinho, outro fator que inibe as contribuições às campanhas é o fato de que muitas empresas não querem ser expostas. "A imprensa faz um trabalho, e não estou questionando se é certo ou não, de pegar no pé de quem faz doação oficial". Para ele, isso leva empresas que gostariam de contribuir a não doar para não aparecer.
O petista declarou que "tinha muito" caixa 2 em outras campanhas e lembrou o fato de ter sido apontado, em 2008, como um dos candidatos com a campanha mais cara do País. "Por que eu aparentemente fiz a campanha mais cara do País? Porque eu fiz tudo de forma oficial", disse. "Hoje o caixa 2 só quem pode fazer é igreja, empresa de transporte, jogo do bicho, tráfico. Acabou", disse.
Esperança
Marinho afirmou que, apesar das dificuldades de Padilha - que está com 9% de intenções de voto, segundo o último Datafolha - , o petista está iniciando "o processo de crescimento". "Eu ainda sou daqueles que avalia que o Padilha passará o (Paulo) Skaf (PMDB). E no segundo turno, pode acontece qualquer resultado", disse.
Para ele, o mesmo cenário federal se aplica na realidade da disputa paulista. "O mesmo exercício que serve para o (Geraldo) Alckmin (PSDB), serve pra Dilma. Os dois tanto podem ganhar no primeiro turno, como ter um segundo turno duro. Indefinido também é o adversário no segundo turno, que eu acho que vai ser o Padilha", afirmou. De acordo com o último Datafolha, feito na semana passada, Alckmin tem 49% e Skaf, 22% das intenções de voto.