O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quinta-feira (30) que o governo Dilma Rousseff (PT) precisa dialogar mais com o Congresso Nacional e negou que o Senado esteja preparando "pautas-bomba", que gerem mais gastos para o governo federal. Em entrevista coletiva, Renan disse que chegou a hora de "esfriar os ânimos" após o período eleitoral, mas destacou que a "convergência" para uma "agenda nacional" não vai "cair do céu".
"Isso terá que ser construído por uma boa interlocução. Definitivamente, precisamos conversar. Essa interlocução precisa estar mais presente de lado a lado", disse o peemedebista. "Mesmo que as pessoas não concordem em algumas coisas, elas precisam conversar. Conversar, todos sabem, não arranca pedaço". Embora o PMDB faça parte da coligação que reelegeu Dilma, Renan ressalvou que a aliança "não significa pensar exatamente igual sobre tudo".
Ele também negou que o Senado esteja preparando uma "pauta-bomba" em retaliação a resultados adversos na eleição deste ano. "Temos preocupação com o equilíbrio fiscal (do País)" afirmou. Apesar disso, o peemedebista confirmou que a votação do projeto que troca do indexador da dívida de Estados e municípios com a União será votada na próxima quarta-feira (5).
A atualização do fator de correção desses débitos prevê a substituição do IGP-DI mais 6% a 9% anuais pelo IPCA mais 4% ou o teto da Selic (o que for menor das duas opções). A longo prazo a matéria deve impactar a arrecadação da União. "Havia o compromisso que, logo após as eleições, esse projeto seria apreciado", justificou Renan. Para o peemedebista, o governo não precisa "ficar preocupado" com esse tema.