Vaccari diz que sabe o que fez em evento do PT

Ao longo de 15 minutos o tesoureiro tentou tranquilizar o partido dizendo que "tudo o que foi arrecadado foi contabilizado" formalmente nas contas da legenda
Renata Monteiro
Publicado em 28/11/2014 às 19:15
Ao longo de 15 minutos o tesoureiro tentou tranquilizar o partido dizendo que "tudo o que foi arrecadado foi contabilizado" formalmente nas contas da legenda Foto: Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr


O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, citado em depoimentos da Operação Lava Jato como operador do PT junto ao esquema de desvios da Petrobras, foi aplaudido duas vezes durante a reunião do diretório nacional do partido nesta sexta-feira, em Fortaleza.

Segundo relatos de participantes da reunião, que é fechada à imprensa, Vaccari tomou a palavra logo no início do encontro para se defender. Ao longo de 15 minutos ele tentou tranquilizar o partido dizendo que "tudo o que foi arrecadado foi contabilizado" formalmente nas contas do PT.

Vaccari, que teve os sigilos telefônico, fiscal e bancário quebrados pela CPI Mista da Petrobras, lembrou que isso não é uma novidade em sua vida, já que em 2010 a Justiça determinou a abertura de suas contas bancárias em uma investigação sobre irregularidades na Bancoop, a cooperativa habitacional do Sindicato dos Bancários de São Paulo, da qual foi diretor.

Quanto ao sigilo telefônico, Vaccari disse que a CPI só vai encontrar "ligações típicas de um tesoureiro de partido". "Eu sei o que fiz", disse ele. Vaccari foi aplaudido com entusiasmo pelos dirigentes petistas que lotavam o auditório de um hotel na capital cearense.

Na sequência, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, também fez uma defesa contundente do tesoureiro. Falcão disse que Vaccari é "uma pessoa séria" e que não existe "nada concreto" contra ele, apenas depoimentos de pessoas investigadas pela Lava Jato que aceitaram fazer acordos de delação premiada. "Nosso papel é defendê-lo", conclamou o presidente do PT.

Mais uma vez a cúpula petista aplaudiu o tesoureiro em sinal de solidariedade com Vaccari.

O tesoureiro do PT foi apontado pelo doleiro Alberto Youssef e pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa como operador do PT no esquema de desvio de dinheiro da Petrobras investigado pela Lava Jato. Durante as investigações, a Polícia Federal encontrou uma planilha na qual a cunhada de Vaccari, Marice Correa de Lima, aparece como beneficiária de uma remessa de R$ 220 mil do doleiro. Vaccari já negou várias vezes ter participação no esquema investigado pela Lava Jato.

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