O Ministério Público Federal (MPF) pediu nesta quarta-feira (3) a condenação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa (2004-2012), do doleiro Alberto Youssef e de outros sete acusados de envolvimento em um esquema de fraudes em licitações da Petrobras.
O pedido, enviado à Justiça Federal, faz parte das alegações finais de uma das 11 ações penais abertas pela Operação Lava Jato, que investiga desvios em licitações na Petrobras e pagamento de propinas a políticos.
O próximo passo é manifestação do juiz federal Sergio Moro. Em seguida, a defesa terá dez dias para se manifestar. Depois disso, sai a sentença.
De acordo com o MPF, Costa, acusado de organização criminosa e lavagem de ativos, usou seu cargo "para obter pagamentos de propinas de empresas, sobretudo grandes construtoras, as quais eram contratadas pela Petrobras, auferindo 'repasses' a título de vantagem indevida, em grandes somas, em prejuízo da empresa estatal".
Yousseff, acusado de lavagem de dinheiro, é apontado como "operador financeiro de um sofisticado esquema bancário paralelo". Ao todo, teriam sido movimentados R$ 25 milhões, segundo o MPF.
As irregularidades teriam sido realizadas durante as obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Com um orçamento inicial de US$ 2,5 bilhões, a construção do complexo acabou custando cerca de US$ 18 bilhões.
Além de Youssef, o MPF pede a condenação dos sócios do laboratório Labogen (empresa controlada pelo doleiro) Pedro Argese Júnior, Leonardo Meirelles, Leandro Meirelles e Esdra de Arantes Ferreira; de Márcio Bonilho, sócio da importadora Sanko-Sider; de Waldomiro Oliveira, funcionário do doleiro e dono da MO Consultoria; e de Antônio Silva, contador das empresas RCI Software e Empreiteira Rigidez.
Por outro lado, foi solicitada a absolvição de todas as imputações de Murilo Tena Barrios, sócio da Sanko-Sider.