O governo Dilma antevê uma reação pesada ao relatório final da Comissão Nacional da Verdade. De acordo com auxiliares presidenciais, o documento conclusivo é "duríssimo" por, aos olhos da equipe palaciana, acusar de crimes presidentes e comandantes militares e relativizar o alcance da Lei da Anistia.
Para a comissão, a Lei da Anistia, instrumento crucial para a redemocratização do país e em vigor desde 1979, não deve ser empecilho para se julgar os responsáveis por crimes contra a humanidade. Para o colegiado, o desaparecimento de uma pessoa nunca encontrada é um delito continuado.
O grupo evitou, porém, fazer qualquer consideração sobre a extinção da lei. Desde a instalação da comissão, em 2012, militares foram criticados nos bastidores por integrantes do Executivo de serem reativos ao acesso a documentos secretos.
Nenhum militar foi membro da comissão, o que pode ter elevado o nível de dificuldades. A ausência de representantes das Forças Armadas incomodou a instituição sob argumento de que a comissão tinha lado.