O relatório final da CPI mista da Petrobras, apresentado nesta quarta-feira (10) pelo deputado Marco Maia (PT-RS), terceiriza para outras autoridades o pedido de punições aos suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção da estatal.
No documento, o relator cita 53 nomes que surgiram durante a Operação Lava Jato, mas não pede o indiciamento de nenhum deles.
Alguns inclusive já foi indiciados pela Polícia Federal.
Na lista constam personagens do setor privado, como executivos de empreiteiras, do doleiro Alberto Youssef e de sua ex-contadora Meire Poza, entre outros.
Também foram relacionados cinco nomes da Petrobras, como os dos ex-diretores Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró e Renato Duque.
O relatório recomenda o aprofundamento das investigações com o objetivo de apurar a efetiva "responsabilização dos investigados".
A oposição criticou a forma e o conteúdo do trabalho e deverá apresentar na próxima semana um relatório paralelo ao do petista.
Maia não sugeriu sanções a políticos apontados como beneficiários de repasses dos supostos pagamentos de suborno a integrantes da diretoria da Petrobras.
Ele argumentou que a CPI não teve acesso às delações feitas por Costa e Youssef.
"O termo correto a ser utilizado não é responsabilização, é indiciamento. O que se está apurando são crimes cometidos por agentes públicos, diretores da maior estatal da América Latina", afirmou o deputado Mendonça Filho (DEM-PE).
Ao fim da sessão, Marco Maia argumentou que sua intenção é, sim, solicitar o indiciamento dos suspeitos. Ele admitiu a possibilidade de reescrever os trechos dúbios.