Os presidentes do Senado e da Câmara, Renan Calheiros (PMDB-AL) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), negaram ter envolvimento com os desvios de recursos da Petrobras.
Os nomes de ambos foram citados no depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, segundo reportagem do "Estado de S. Paulo" desta sexta-feira (19).
Em nota, Renan afirmou que suas relações com diretores da estatal "nunca ultrapassaram os limites institucionais".
"Não há chance alguma de o senador ter tratado de temas não republicanos com qualquer pessoa ou executivos desta ou de outra estatal", disse o senador.
Henrique também afirmou, em nota, que "não há qualquer hipótese de verdade" no envolvimento do seu nome com as irregularidades na Petrobras.
O peemedebista disse que a delação premiada de Paulo Roberto Costa, que teria listado o nome dos políticos com participação no esquema de corrupção, não pode ser "tomada como prova de verdade".
"Diversas supostas listas têm sido divulgadas pelos mais variados veículos de comunicação nas últimas semanas. Repilo, mais uma vez, qualquer insinuação nesse sentido. Reitero que delação premiada é um instrumento que beneficia ao réu, não deve ser tomada como prova de verdade. Para isso, há a investigação séria dos órgãos competentes", afirmou.
A denúncia contra Henrique Alves pode dificultar a sua indicação para ocupar um ministério no novo governo da presidente Dilma Rousseff.
O peemedebista é um dos nomes escolhidos pelo PMDB para integrar o primeiro escalão do Executivo, especialmente depois que saiu derrotado nas eleições para o governo do Rio Grande do Norte e ficou sem mandato em 2015 --perdendo o foro privilegiado.
O deputado é cotado para assumir uma pasta na cota do PMDB da Câmara. O partido deseja o Ministério da Integração Nacional, mas a disposição de Dilma é indicá-lo para a Previdência Social --atualmente ocupada por seu primo Garibaldi Alves (PMDB-RN).
Renan também disputa, nos bastidores, a reeleição para a Presidência do Senado. O seu suposto envolvimento na Operação Lava Jato pode enfraquecer seu nome, abrindo espaço para outros senadores do PMDB se colocarem como candidatos do partido.
O senador José Sarney (PMDB-AP), ex-presidente do Senado, também disse não acreditar no envolvimento de sua filha, Roseana Sarney (PMDB), com os desvios na Petrobras.
"Eu não acredito jamais, conheço o caráter da minha filha, que isso possa ter ocorrido. Isso é justamente alguma coisa dirigida", disse.
Roseana, ex-governadora do Maranhão, também aparece na lista de 28 políticos apontados pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa como envolvidos no escândalo da estatal.