A ponte Rio-Niterói está interditada desde o final da manhã desta terça-feira (10) por operários do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio), refinaria da Petrobras em construção em Itaboraí, região metropolitana do Rio.
Por volta das 11h30, cerca de 200 pessoas abandonaram cinco ônibus no acostamento da via e fecharam o vão central no sentido Rio. O trecho é o ponto mais alto da ponte (cerca de 50 metros). Agentes da Polícia Rodoviária Federal acompanham o protesto.
Inicialmente, o grupo faria uma manifestação na frente da sede da Petrobras, no centro do Rio. Funcionários da Alumini, uma das empresas envolvidas na construção do Comperj, eles seguiam para o Rio em ônibus alugados pelo Sintramon (Sindicato dos Trabalhadores Empregados nas Empresas de Montagem e Manutenção Industrial da Cidade de Itaboraí), ligado à CUT (Central Única dos Trabalhadores).
De acordo com a assessoria do sindicato, a decisão de fechar a ponte não tem o aval da direção do órgão e partiu dos manifestantes. Eles devem caminhar por cerca de 20 km até a sede da Petrobras
Por causa da manifestação, o engarrafamento no sentido Rio é de cerca de 10 km. Desde o início do ano, operários protestam contra demissões e atrasos de salários de empresas fornecedoras da Petrobras.
A Alumini é uma das 23 empreiteiras que a Petrobras excluiu de sua lista de fornecedores em dezembro, depois de revelado suposto esquema de corrupção pela Operação Lava Jato. A empresa alega ter a receber R$ 1,2 bilhão da Petrobras. A estatal nega.
A empreiteira teve seu pedido de recuperação judicial aprovado no mês passado pela Justiça em São Paulo.
Desde novembro, a Alumini já demitiu 500 funcionários da obra do Comperj, que não receberam todos seus encargos trabalhistas.