O ex-diretor da Petrobras Renato Duque, acusado de receber propina no esquema de corrupção da estatal, comparecerá pessoalmente à CPI da Petrobras na Câmara nesta quinta-feira (19) para prestar depoimento aos parlamentares.
A previsão era que os deputados ouvissem Duque na Polícia Federal em Brasília, porque um ato da mesa diretora da Câmara impede que presos prestem depoimento na Casa. Mas, segundo o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), a Câmara suspendeu o ato, permitindo que Duque compareça pessoalmente ao local.
A decisão foi tomada na tarde desta quarta-feira (18). Agora, os trâmites serão acertados com a Polícia Federal para que o ex-diretor seja levado à Casa. A Justiça já recomendou que não fossem usadas algemas nele.
De acordo com Motta, a suspensão é fruto de um entendimento com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Não está decidido, porém, se o ato será derrubado permanentemente. Com isso, a repercussão de seu depoimento na imprensa deve ser maior.
Preso em Curitiba após a décima fase da Operação Lava Jato, na segunda-feira (16), Duque teve sua transferência para Brasília autorizada pelo juiz federal Sérgio Moro com o objetivo de ser ouvido pela CPI.
Ao liberar seu comparecimento à CPI, porém, o juiz ressaltou que Duque tem o direito de permanecer em silêncio. Na prática, então, ele pode não contribuir em nada para a comissão.
Duque foi convocado pela comissão, o que obriga seu comparecimento, e, segundo Motta, será ouvido na condição de investigado.
Ele é acusado por delatores de ter recebido propina de empresas que formavam um cartel para obter contratos na Petrobras e de repassar parte dessa propina ao PT.