Sob Dilma, voz do Brasil no exterior virou um sussurro, defende ''NYT'

Jornal acredita que as expectativas em relação ao governo de Dilma não vêm sendo respondidas nem no plano doméstico nem no externo
Da Folhapress
Publicado em 22/03/2015 às 8:44
Jornal acredita que as expectativas em relação ao governo de Dilma não vêm sendo respondidas nem no plano doméstico nem no externo Foto: Foto: AFP


Sob o governo de Dilma Rousseff, a voz do Brasil virou um "sussurro" no cenário internacional, e agora a presidente deveria intensificar a atuação brasileira no exterior, defendeu um editorial do jornal "The New York Times" neste sábado (21).

Segundo o "NYT", as expectativas em relação ao governo de Dilma não vêm sendo respondidas nem no plano doméstico nem no externo.

"Enquanto as outras três grandes economias emergentes, China, Rússia e Índia, perseguem intensamente seus interesses na política externa, sob a batuta de Dilma, a voz do Brasil na arena internacional foi pouco mais que um sussurro", diz o editorial.

Para o "NYT", frente aos diversos desafios internos, tais como as denúncias de corrupção na Petrobras e o pedido por seu impeachment por parte da população, a presidente deveria "olhar para fora" do país, buscando fortalecer o papel do Brasil no cenário internacional.

O jornal sugere que o primeiro movimento para isso deveria vir pela expansão dos laços comerciais e das relações diplomáticas com os Estados Unidos, onde muitos funcionários do governo veem a presidente como uma líder "mais pragmática" de que seu "predecessor e mentor", Lula.

Tais relações ficaram comprometidas em 2013, quando o ex-funcionário da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA), Edward Snowden, revelou que Dilma havia sido alvo de espionagem do governo americano.

Para o jornal, o Brasil pode exercer um papel essencial em países que vem ganhando importância para os Estados Unidos: Cuba e Venezuela.

Na Venezuela, o Brasil poderia trabalhar para colocar em diálogo o governo do presidente Nicolás Maduro e a oposição, segundo o "NYT". Já em Cuba, o Brasil poderia exercer um "papel construtivo na evolução política e econômica" da ilha. "O Brasil já investiu em um imenso porto que ajudou a ressuscitar a anêmica economia cubana", diz o jornal, em referência ao porto de Mariel.

Para o "NYT", como uma "líder de esquerda" e uma "ex-prisioneira política que sofreu tortura durante uma era de repressão e ditadura militar no Brasil", Dilma "poderia fazer mais para ajudar na causa daqueles que defendem valores democráticos e dos movimentos sociais que permitiram que um dia ela chegasse ao poder".

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