Ministros defenderam nesta segunda-feira (23) o colega Aloizio Mercadante, que setores do PT e do PMDB querem ver fora da Casa Civil devido a erros na coordenação política do governo.
Nelson Barbosa (Planejamento) e Gilberto Kassab (Cidades) afirmaram, em entrevista coletiva nesta segunda, que Mercadante continua ativo no cargo, apesar dos rumores de que ele iria para a Educação no lugar de Cid Gomes.
Eles falaram, junto de Kátia Abreu (Agricultura), depois de uma reunião da coordenação política do governo feita durante a manhã.
"Mercadante participou ativamente da reunião. Já ficou claro na posição da presidente, a presidente já falou sobre isso", afirmou Kassab sobre as negativas de Dilma sobre a saída de Mercadante do posto.
De acordo com Kassab, o titular da Casa Civil continua tendo parte da responsabilidade nas conversas com o Congresso para negociar as medidas legislativas do ajuste fiscal.
"O que existe é esse trabalho coletivo, de todos. Mercadante participa, continua com suas atribuições, partilhadas, como sempre foi", disse Barbosa.
A piora da relação do governo com sua base neste ano é atribuída por aliados em parte à falta de habilidade de Mercadante e de outro ministro do núcleo político, Pepe Vargas (Relações Institucionais). Dentre os críticos de Mercadante está o ex-presidente Lula.
DESBUROCRATIZAÇÃO E COMUNICAÇÃO
Os ministros destacaram um pedido feito por Dilma a todos eles para que desburocratizem processos internos em cada ministério com o objetivo de aumentar a eficiência das pastas com foco no cidadão.
"Os mecanismos e processos é que estão travados e antiquados. Cada ministério terá que melhorar para que a burocracia possa ser superada, focando no cidadão e invertendo a lógica que hoje costuma se ver no serviço público em todas as esferas", afirmou Kátia Abreu.
"É sempre o serviço público que decreta as normas e o cidadão é obrigado a atender, sem conhecer a realidade do dia a dia. O que queremos e o que a presidente determinou é que se inverta a lógica. O cidadão determina o que ele precisa e o governo é que precisa atender", completou a ministra.
Dilma também pediu para que o governo otimize sua comunicação, segundo relatos dos três ministros.
De acordo com Barbosa, foi pedido para que "ministros possam ter a mesma linguagem" sobre assuntos chave. "Não tem sentido dois ministros falando do mesmo tema no mesmo dia."