Ação contra Petrobras em Nova Iorque cita Graça e Gabrielli

A queixa foi apresentada na sexta-feira à corte da cidade americana pelos advogados do investidor que lidera a ação
Folhapress
Publicado em 30/03/2015 às 22:25
A queixa foi apresentada na sexta-feira à corte da cidade americana pelos advogados do investidor que lidera a ação Foto: Foto: Imprensa/ Agência Petrobras


Quinze executivos da Petrobras e de suas subsidiárias no exterior são citados como réus na ação coletiva contra a companhia brasileira nos EUA. Entre eles, estão dois ex-presidentes da empresa, José Sergio Gabrielli e Graça Foster, além do ex-diretor financeiro Almir Barbassa, que deixou o cargo neste ano.

A queixa foi apresentada na sexta-feira à corte de Nova Iorque pelos advogados do investidor que lidera a ação, o fundo de pensão britânico USS (Universities Superannuation Scheme).

O objetivo do processo é recuperar os prejuízos daqueles que aplicaram em ADRs (recibos de ações na Bolsa de Nova Iorque) ou em títulos de dívida da Petrobras de janeiro de 2010 a março deste ano.

A alegação da ação coletiva é que a companhia e seus executivos enganaram os investidores ao divulgarem informações financeiras incorretas ao mercado, que não consideravam o esquema de corrupção revelado pela Operação Lava Jato.

A auditoria independente PwC (PricewaterhouseCoopers), responsável por aprovar os balanços da Petrobras no período, também é apontada como ré, além dos quinze bancos responsáveis por distribuir os títulos da dívida da companhia no mercado.

Procurados, Gabrielli e Barbassa disseram que não sabem do teor da ação e que, portanto, não poderiam comentar o assunto. A PwC informou não conhecer qualquer reclamação formal.

Graça Foster, não atendeu às chamadas da reportagem.

De acordo com o advogado do USS, Jeremy Lieberman, a expectativa é que os executivos tentem ser excluídos da ação, mantendo apenas a companhia como ré.

O juiz responsável pelo caso, Jed Rakoff, terá de determinar se aceita ou não a acusação contra eles, o que só deve ocorrer no fim de maio. Se condenados, os executivos podem ter de ajudar a restituir as perdas dos investidores -não há risco de prisão.

Segundo o professor de direito da Universidade de Columbia James Fanto, porém, o dinheiro só sai do bolso dos próprios executivos em casos extremos. "Na maioria das grandes empresas, os principais funcionários têm seguro para pagar indenizações em processos como esses."

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