A CPI da Petrobras aprovou nesta quinta-feira (7) a convocação dos ex-deputados André Vargas (sem partido-PR), Luiz Argôlo (SD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE), atualmente presos em Curitiba sob suspeita de envolvimento com o esquema de corrupção na estatal.
Os requerimentos foram votados para que eles possam ser ouvidos em Curitiba pelos integrantes da CPI na próxima semana, quando a comissão tomará depoimentos dos presos da Operação Lava Jato. Dentre eles estão o doleiro Alberto Youssef e o lobista Fernando Soares, acusado de ser o intermediário do PMDB no esquema de corrupção.
Os depoimentos em Curitiba devem ocorrer no auditório da Justiça Federal e serão abertos à imprensa.
Será a primeira vez que a CPI convoca políticos investigados na Lava Jato, mas todos sem mandato. Deputados do PSOL e do PPS apresentaram requerimentos pedindo a convocação de todos os políticos alvos de inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal), mas a cúpula da CPI tem evitado votar os pedidos.
Na sessão, o deputado Paulinho da Força (SD-SP) anunciou a apresentação de um requerimento pedindo a convocação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A estratégia foi articulada com o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), e com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como forma de contra-atacar Janot por sua atuação nas investigações.
Paulinho também reapresentou o pedido da quebra de sigilo do procurador-geral.
Ainda não há data prevista para a votação desses requerimentos. Nesta quinta a CPI ouve o presidente da Sete Brasil, Luiz Eduardo Guimarães Carneiro, e pode não ter tempo de votar outros requerimentos.
Houve protesto dos parlamentares contra a iniciativa. "A CPI não pode ser objeto de disputa além dos objetivos pelos quais ela está aqui instalada", afirmou o relator da comissão, Luiz Sérgio (PT-RJ).
A deputada Eliziane Gama (PPS-MA) também já havia se pronunciado contrária e pediu um parecer jurídico contrário à convocação de Janot. Ela deve ir ao STF tentar derrubar a proposta caso seja aprovada. O parecer diz que a convocação caracteriza tentativa de interferir nas atribuições do Ministério Público.