PSDB não é contrário ao ajuste fiscal, diz FHC

A Câmara dos Deputados deve votar nesta quarta (13) a segunda Medida Provisória do ajuste fiscal do governo
Da Folhapress
Publicado em 13/05/2015 às 17:46
A Câmara dos Deputados deve votar nesta quarta (13) a segunda Medida Provisória do ajuste fiscal do governo Foto: Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados


O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta quarta-feira (13) que o PSDB não é contrário ao ajuste fiscal que vem sendo realizado pelo governo federal, que, segundo ele, é necessário.

"O PSDB votou contra algumas medidas, outras não. Algumas medidas do ajuste têm que ser revistas mesmo, outras não", disse, em evento em Nova York. "Os partidos da base também."

A Câmara dos Deputados deve votar nesta quarta a segunda Medida Provisória do ajuste fiscal do governo -a MP 644, que restringe benefícios previdenciários.

Na votação da primeira parte do pacote, na semana passada, o PSDB se posicionou em peso contra a medida: foram 51 votos contra e duas abstenções. A MP 665, que traz como principal medida o aumento do tempo de trabalho para que a pessoa requeira pela primeira vez o seguro-desemprego, foi aprovada, por 252 votos a 227.

Para FHC, o ajuste deve e será feito. "Haverá discussões. O PSDB vai votar uma hora a favor, uma hora contra. Eu não estou lá [no Congresso], não interfiro no dia a dia das decisões", disse.

Ele ressaltou, no entanto, que é preciso explicar à população quais serão os resultados das medidas realizadas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

"O que é o ajuste? É que houve um desatino do gasto público. Eu fui ministro da Fazenda, eu passei por tudo isso. O que eu fazia? Eu explicava ao país porque eu estava fazendo aquilo", disse.

"Não pode fazer sem explicar qual é a saída, para onde nós vamos, qual é o futuro que estamos criando para o Brasil."

Também no evento, um seminário promovido pelo grupo Lide para investidores nos Estados Unidos, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, criticou o formato do ajuste.

"Noventa por cento é só sacrifício da população, aumento de imposto e cortar benefício. A parte do governo mesmo é muito tímida, quase não existente. E ajuste fiscal é uma pré-condição, ele não gera emprego nem desenvolvimento. O que gera é confiança, competitividade, produtividade", afirmou.

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