Alvo de ataques e de promessas de retaliação da cúpula do Congresso, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, oficializou nesta segunda-feira (15) sua inscrição para disputar a indicação dos procuradores para ser reconduzido ao cargo.
Por enquanto, Janot tem como adversário o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos. O prazo para manifestar interesse na corrida se encerra no fim da tarde desta segunda. A expectativa é que a subprocuradora-geral Raquel Dodge também se coloque na disputa.
Após a definição dos concorrentes, os candidatos terão 50 dias para pedir votos e convencer seus pares. A formação da lista tríplice eleita pela categoria para ser enviada para a presidente Dilma Rousseff será no dia 5 de agosto.
O Ministério Público Federal é um órgão independente dos Três Poderes e seu chefe, o procurador-geral da República, é indicado pelo presidente da República e nomeado por ele após aprovação do nome pelo Senado.
Pelas regras, o mandato é de dois anos, permitidas sucessivas reconduções. Não existe obrigatoriedade para que Dilma escolha o primeiro nome da lista, mas costuma ser praxe.
O mandato de Janot termina no dia 17 de setembro. O procurador-geral, no entanto, entrou na mira dos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que são investigados no STF (Supremo Tribunal Federal) por suposta participação no esquema de corrupção da Petrobras.
Os peemedebistas afirmam que Janot fez uma escolha política de quem investigar nos desdobramentos da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Há a ameaça de que seu nome seja barrado pelo Senado.