A Justiça autorizou que o empresário Ricardo Pessoa, um dos delatores da operação Lava Jato, volte a trabalhar na sua empresa, a UTC.
A permissão foi dada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) após a defesa do executivo alegar que desde o ano passado a UTC está adotando medidas para evitar corrupção em seus contratos. A empreiteira é uma das acusadas de fraudar licitações e abastecer o esquema criminoso na Petrobras investigado na Lava Jato.
Os advogados de Pessoa argumentaram à Justiça que a UTC criou no ano passado um departamento de combate a fraudes e corrupção, adotou novas regras de contratação e elaborou um código de conduta para seus funcionários.
A defesa também alegou que a volta de Pessoa à UTC gerará uma repercussão social positiva, uma vez que ele poderá ajudar na recuperação da companhia, que passa por crise financeira e já demitiu funcionários.
Pessoa foi preso em novembro passado na sétima fase da Lava Jato, intitulada "Juízo Final". Desde então, o grupo UTC dispensou 15 mil dos 30 mil funcionários e devolveu metade do prédio que abriga a sede da companhia em São Paulo, para evitar gastos com aluguel, entre outras medidas.
As prisões de Pessoa e de outros empreiteiros foi revogada pelo STF no final de abril. Ele então assinou um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal, que foi homologado pelo STF no final de junho. O acordo com a Procuradoria já previa a possibilidade de o empresário voltar ao trabalho.