Na mesma semana em que movimentos anti-Dilma prometem tomar as ruas para pedir o impeachment da presidente no domingo (16), o PT organiza um série de eventos em defesa da democracia e para mobilizar sua base social.
Nesta terça-feira (11), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja a Brasília para participar da abertura da Marcha das Margaridas, que espera reunir 50 mil mulheres trabalhadoras rurais. Na sexta (14), ele retorna à capital federal para se encontrar com lideranças do partido e educadores para defender o tema que vem destacando como vital para o PT retomar o elo com sua base, a educação.
Em São Paulo, o diretório municipal da sigla realizará uma aula pública sobre democracia no largo São Francisco, no centro da cidade. Entre os professores convidados estão Pierpaolo Bottini, que também atua na Operação Lava Jato como defensor do ex-executivo da Camargo Corrêa Dalton Avancini, e Sérgio Salomão Schecaira, ambos da USP.
A aula pública é um dos atos organizados pelo diretório municipal que se estenderão pelo mês de agosto para fazer frente às manifestações do dia 16. Os petistas prometem levar a militância em peso para às ruas na quinta-feira (20), data em que movimentos sociais e sindicais apoiadores do PT e do governo se mobilizarão, e realizar mais um debate sobre democracia em 24 de agosto, quando a morte do ex-presidente Getúlio Vargas completará 51 anos.
O calendário intenso tem o objetivo de mostrar que o PT e o governo ainda têm apoio da sociedade, segundo petistas ouvidos pela reportagem. "A participação de Lula nessas atividades ajudam a mostrar que o PT ainda tem elo com a população e que conta com uma base social resistente aos movimentos de impeachment e quer a manutenção de Dilma", afirmou o diretor do Instituto Lula Celso Marcondes.
O diretor disse que o protesto de domingo "não deve ser um divisor de águas", mas que é preciso esperar para ter a real dimensão do seu impacto. "Temos que aguardar para ver, acompanhar as palavras de ordem e as demandas", afirmou.
Por ora, orientação da direção do partido é de minimizar os protestos do dia 16 com o discurso de que "manifestar-se faz parte da democracia". O número de adeptos do ato vem sendo monitorado pelo PT por meio das redes sociais.